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quarta-feira, 16 de março de 2011

Especial Doença e Cura - Fabian Balbinot



Sinopse do livro Doença e Cura:

Em um submundo de sombras e poder, onde os vampiros são reais, surge uma entidade desconhecida, que perambula em uma incansável busca pelo sangue eterno dos mortos-vivos, enlouquecendo-os com pavores semelhantes aos que eles costumam infligir aos seres humanos, e usando os próprios humanos como iscas para atraí-los...

Palavra do editor:


“Doença e Cura quebra parâmetros, dogmas, hábitos viciados, fórmulas prontas; é uma estória de terror e conspiração, do tipo catastrófico e bizarro, seguindo a linha imortalizada por escritores consagrados como H. P. Lovecraft, Edgar Allan Poe e Stephen King.
Seus sete capítulos vão revelando, pouco a pouco, um mundo onde existe um horror ainda mais sangrento e impiedoso do que os vampiros que vivem no imaginário popular.”

Rossyr Berny – Editor


Doença e cura
Editora Alcance
Ano: 2010
Páginas: 256



Palavra de Allan Pitz:

Podemos citar muitos pontos positivos no livro Doença e Cura, de Fabian Balbinot, mas o que mais me agrada dizer, primeiramente é: original!

Em se tratando de ser uma história sobre vampiros, gênero que está sendo constantemente publicado nos últimos anos, temos de ressaltar, e muito, a originalidade criativa da obra. O que o autor nos propõe não é uma viagem romanceada num paralelo humano sobre os vampiros, mas uma viagem singular, insólita e orgânica, pelo universo de alguns vampiros que estão encarando uma nova realidade ameaçadora à espécie.

Super recomendado para os leitores que gostam do gênero vampiresco, e também para os que ainda não tiveram contato e querem estrear!


Para saber mais sobre a construção da obra e a caneta genial por trás daquelas mordidas todas, fui atrás do autor... E aqui está ele:

O PAQUIDERMES ENTREVISTA: FABIAN BALBINOT


Protejam seus pescocinhos, amigos paquidérmicos, pois a entrevista de hoje promete arrebentar algumas artérias bem suculentas e desavisadas por aí!
Recebam em nosso tapete vermelho o escritor Fabian Balbinot, meu amigo e autor integrante do novíssimo Selo Brasileiro!


Pergunta à parte: Quem é Fabian Balbinot?

Um ex-piá chorão e cheio de ideias mirabolantes, que cresceu e se transformou em um jovem velhote de 38 anos, criativo, preguiçoso, fala-que-nem-matraca, e tremendamente apaixonado pela beleza feminina.


1 - Flashback obrigatório: Como surgiu o escritor que você é hoje? E o que o motivou, definitivamente, para seguir firme na carreira literária?

Eu podia ficar te enrolando pra responder essa, mas vou simplificar com a verdade verdadeira de como minha carreira literária se iniciou... Lá pelo início dos anos 90 eu acabei indo ao cinema assistir Batman o Retorno, e lá estava ela, ao lado de Michael Keaton, Danny deVito e Christopher Walken... a Mulher-Gato, Michelle Pfeiffer... a deusa suprema, a mulher mais linda e perfeita que já existiu - segundo meus critérios pessoais de beleza feminina. Seduzido, apaixonado, tomado pelo desejo, vi que existiam duas possibilidades para minha vida: tornar-me um vigilante mascarado e fatiar bandidos com o chicote de cabo elétrico e lâminas de estilete que eu tinha acabado de confeccionar (sim, eu fiz isso! e quase cortei minha própria cara na primeira vez que tentei usá-lo) ou começar a escrever as tantas estórias birutas que espocavam lá e cá na minha mente, ficar famoso e, caso desse muita sorte, conhecer essa minha diva. A segunda alternativa me pareceu bem mais interessante e viável.
Pra resumir, o escritor Fabian Balbinot é pura e simplesmente fruto de um amor platônico mal resolvido, hehehe.


2 - Fabian, antes é necessário dizer que seu livro é um verdadeiro achado para os amantes do gênero vampiresco, diferente de tudo que já ouvi falar. A proposta de Doença e Cura era mesmo resgatar o lado sombrio e visceral desse universo, ou abrir uma nova janela no assunto vampiros?

Prefiro a segunda opção. Gosto de explorar caminhos novos. Tempos atrás - não lembro bem o porquê - comecei a rabiscar em um papel esboços do que poderia vir a ser uma nova forma de vampiro, que se alimentasse de vampiros. Esses esboços foram evoluindo e abandonando o lado sobrenatural, penetrando naquilo que poderia ser um lado genético, "evolutivo", biológico, do vampirismo. O resultado foi uma concepção menos sobrenatural, mais ampla e realista dos vampiros, tratando-os tanto quanto possível como uma forma de vida diferenciada, em conjunto com a criação do anti-vampiro, o nêmesis perfeito de toda a espécie sanguessuga. E foi dessa soma de novas abordagens que Doença e Cura surgiu.


3 - Por que começar na carreira literária com uma história sobre vampiros; aliás, com uma história que abre nova vertente sobre os vampiros?

Na verdade o início de minha carreira literária não foi com Doença e Cura - vejo este livro como o início de minha carreira como escritor PUBLICADO, uma vez que eu escrevo desde 1992. Tenho alguns contos, trechos de outros romances não-finalizados e um livro inteiro praticamente pronto, A Nova Gênese, e todo esse material é de antes de Doença e Cura. Apenas um dos meus outros contos, Ocaso, era sobre vampiros, afinal, antes do fenômeno da saga Crepúsculo, não era nenhum pecado escrever sobre os seres da noite.


4 - Generalizando e fugindo um pouco: o que seria um excelente livro, em sua opinião?

Gosto de livros com estórias fantasiosas e impossíveis, mas que sejam elaboradas de forma a serem surpreendentes, complexas, e principalmente convincentes. Um livro pode ser completamente absurdo, improvável, inacreditável - mas se o autor conseguir contar a estória de forma convincente, é certo que vou amar tal livro. A versão integral de Viagens de Gulliver, de Oliver Swift é um exemplo de uma sucessão de temas absurdos (homenzinhos com 10 centímetros de altura, ou gigantes, ou ainda cavalos inteligentes, entre tantos outros exageros) que foi tratado pelo autor de forma a ser bastante convincente, tornando este livro um dos meus preferidos.


5 - Observando através de sua experiência pessoal: como está o cenário dos livros e escritores no Brasil? Ordem e progressos?

Progressos, sim, mas com muita desordem. Pelo pouco que vi até agora, existe uma proliferação de novos autores, os quais parecem desesperados em ver seus materiais publicados e distribuídos tão logo quanto seja possível. Desse desespero dos autores em lançar-se de roldão na carreira criou-se uma nova geração de editoras, muitas delas oferecendo serviços precários, pecando pelo amadorismo. O resultado são livros que nem sempre primam pelo melhor acabamento, principalmente no tocante à revisão, o que contrasta com os nossos autores mais consagrados, além dos estrangeiros, que contam com editoras experientes e extremamente competentes.
Por esses e outros motivos, parece-me óbvio que a literatura no Brasil ainda está engatinhando, e longe de ser uma atividade profissional, séria e respeitável, em todas as suas subdivisões, como é comum nos EUA e na Europa.


6 - Voltando para o livro Doença e Cura... As cenas que você propõe são realmente intensas, fatais, não há uma regra sensível que o impeça de narrar tudo com requintes de detalhes. Confesso que alguns trechos mexeram muito comigo. Qual sua relação com a morte? Teme a morte, gosta de escrever sobre ela? Como foi para você descrever as cenas com tantos detalhes?


Tento ver a morte como algo natural, que faz parte do ciclo da vida, mas sei que ela nos enche de medo como tudo o que não nos é familiar.
Também procuro ver a vida como algo cuja importância é relativa. Em tese, não há grandes diferenças entre pisar em um inseto e esmagá-lo e pisar em um bebê recém-nascido e esmagá-lo. E tive de ampliar essa frieza de perspectiva em relação a estes conceitos ao escrever Doença e Cura, pois trata-se de um livro protagonizado por vampiros, predadores inteligentes, cruéis e implacáveis. Neste caso, é válido pensar como um vampiro, e conceber o ato de matar para se alimentar como uma necessidade básica, tanto quanto descascar uma banana ou fritar um ovo.

Em relação aos detalhes, tenho essa mania de não gostar de dar nomes aos personagens nem aos cenários. Isso permite que o leitor se transporte para o local que desejar e imagine o personagem com o rosto de seu ator favorito, porém obriga-me a ser detalhista nas descrições, para permitir que esses cenários e personagens se criem na mente do leitor da forma mais correta e adequada, guiando-o no desenrolar da trama.


7 - Reparei também que a estrutura da história não segue uma linha fixa, ela desfila multifacetada, livre, conduzindo o leitor a várias sintonias de ação intrínsecas que sintonizam o mesmo: sua excelente história. Traços poéticos, teatrais, filosóficos, dentro de uma atmosfera onde eu não esperava encontrar tantos elementos assim. Existem regras estipuladas no seu método de criação? Como foi desenvolver tudo isso?

Pergunta difícil. Doença e Cura começou como uma série de contos, escritos em diferentes épocas, a partir de 2001, debaixo das mais diversas influências - sou absolutamente influenciável quando escrevo, e posso dizer que, em muitos casos, meus textos refletem o que estou lendo, notícias que ouvi, fatos que presenciei, críticas que quero fazer, etc.
A ideia inicial era passar a impressão que os capítulos tinham sido escritos por autores diferentes, usando estilos diferentes, uma colcha de retalhos alinhavada com um mesmo fio de meada, que é a relação dos vampiros com o novo ser, o anti-vampiro, que os persegue e subjuga. Houve situações também em que não querer colocar nomes nos personagens tornava-se um problema sério, o que obrigou-me a ser criativo e abandonar ainda mais o convencional, como por exemplo no caso da peça de teatro do quinto capítulo.
No geral, o livro ficou parecendo uma espécie de dossiê, revelando em episódios diversos a ameaça do fenômeno do anti-vampiro, e desembocando em uma espécie de gran finale, que narra o resultado da sua evolução, e admito que gostei bastante desse resultado final.


8 - O que seria, digamos, um "pé-no-saco literário”, para Fabian Balbinot?

Clarice Lispector, que acho que vou morrer sem conseguir entender ou valorizar, e livro ruim, que é coisa difícil de especificar ou definir, mas que volta e meia aparece lá na minha estante...


9 - O que parece contar mais para os leitores de agora: o livro ou a imagem do escritor para vender o livro?

Difícil de dizer. Estamos em uma época que parece uma verdadeira encruzilhada literária, mesclando a antiguidade e o convencionalismo do livro de papel, com cinco ou seis autores consagrados, máquina de escrever e publicação impossível, com a novidade do livro multimídia e dos milhares de autores independentes, do computador e da publicação teoricamente mais fácil. Hoje em dia, há casos e casos - existe o livro que tem imagem e vida própria, como Harry Potter, e o escritor superstar, como Paulo Coelho - e, em termos de marketing, ambos são válidos se resultam em mais vendas e melhor distribuição.


10 – Filosofando e andando: Se o mundo está realmente doente, qual poderia ser sua doença, e qual a possível cura?

O mundo não tem doença nenhuma. O mundo é uma porção de variáveis que interagem e se revolucionam. Não vi o big bang e duvido que tenha sido exatamente como dizem os estudiosos, mas me parece bem claro que mundo e universo vivem de interagir, e se fragmentarem, explodindo com tudo que há em volta no processo. É muita pretensão da humanidade querer se colocar como o centro de importância para o destino da Terra e do cosmo, querendo explicar tudo o que é inexplicável por intermédio de bobagens como um Deus criador, voltado para nossa própria salvação. Mesmo que poluamos tudo e acabemos com a vida no planeta, dando fim a nossa própria raça, a natureza vai continuar, com ou sem seres vivos, que são apenas um de seus aspectos. Para a natureza, tudo é evolução e interação, mesmo quando a vida não faz parte do cálculo.


11 - O que os leitores podem esperar dos seus próximos trabalhos? Algo de novo para acontecer em breve?

Tenho quilos e litros de ideias, e algumas delas, como A Nova Gênese e as Crônicas de Um Homem do Tempo, podem ser vistas em meu site - http://www.magicjebb.com.br/site/literatura.php -, mas duvido que eu vá conseguir publicar um novo livro, pelo menos enquanto minhas contas a pagar e meu trabalho como comerciante e webdesigner, e minha faculdade de análise de sistemas falarem mais alto. Talvez eu acabe achando tempo e "colocando a mão na massa" literária de novo, mas vai ser difícil, principalmente porque gosto de trabalhar bastante a continuidade e o realismo em minhas estórias, as quais são sempre alvo de diversas e exaustivas revisões.


12 - Papo bem ligeiro em cinco tempos:

Um livro de cabeceira:
O que eu estiver lendo no momento - e a bola da vez é A Morte do Cozinheiro, de um tal Allan Pitz... =)

Uma música inesquecível:

Overcome, da banda Live, que acabo de postar em meu blog - http://magicjebb.blogspot.com/2011/03/trilha-sonora-overcome-live.html
Visitem, ouçam e se emocionem comigo!

Um filme:
Adoro animações. Wall-E, A Bela e A Fera de Disney, o clássico japonês Akira. Mas também gosto de diversos outros gêneros de cinema. Em geral, gosto de bons filmes, que me agradem - e a regra nem sempre é clara em relação a isso.

Um sonho:
Viver da literatura.

Um autor ícone:
Edgar Allan Poe.


13 - Agradeço por ter aceitado o meu convite. Deixo esse espaço livre para você:

Leiam bons livros - modéstia à parte, o nosso Selo Brasileiro está cheio deles!
Ah, e não deixem de visitar meu site e curtir meu blog!
Abraços e obrigado pelo apoio! =)

4 comentários:

  1. Parabéns pela dica Allan! Estou ansiosa para ler Doença e Cura. Abraços!

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  2. Adorei o post, Allan! Realmente, num primeiro momento, mais um livro de vampiro deixa o leitor com um pé atrás. No meu caso, não é porque não goste de vampiros, nem mesmo por já estar cansada do tempo, mas sim porque várias obras teimam em contar a mesma história!
    Saber que essa obra é de tão grande originalidade me deixa com muita vontade de ler o livro =)

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  3. Obrigado, Vanessa! Vale mesmo a leitura!
    Abraços

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  4. Oi Nanie!
    Pois é, foi esse diferencial de originalidade que me chamou a atenção. O trabalho é muito ousado, segue sua própria sintonia. Tanto que fui atrás do autor para saber mais sobre ele e a obra!

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Este blog surgiu após inúmeras recomendações, broncas, cascudos e beliscões de conhecidos. Aqui está, enfim, um espaço próprio para o escritor Allan Pitz publicar suas "Patavinices", seus textos, seus livros, e tudo o mais que o tempo for lhe guiando e desenvolvendo.

Obrigado pelo incentivo de todos.