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sábado, 23 de outubro de 2010

Um Peixe de Calças Jeans (Lançamento)



"Dedico esse livro ao espírito nobre, elevado e igualitário de Mohandas Karamchand Gandhi. Muito obrigado, pai da união, pelo Satyagraha."

(Satyagraha: Princípio da não-agressão desenvolvido por Gandhi. Saty = Verdade. Agraha = Firmeza)

Trecho do livro:

"Mesmo que o cardume no começo estranhasse um peixe de calças
jeans nadando, ninguém poderia negar sua vitória, e o mundo
novo que vinha boiando.
Por isso, a turminha do mar não esquece a coragem do peixinho.
De calças jeans a flutuar, com nadadeiras de pano a brincar,
sempre cercado de amigos.”


Apresentação

As crianças precisam aprender o sentido de união, igualdade e respeito desde o início da jornada. Atuando nesse pensamento, Um peixe de calças jeans e outras histórias para unir, traz em sua linguagem simples e acessível, histórias curtas e assimiláveis que visam eliminar os preconceitos sutilmente. Agindo no subconsciente formador das crianças. Enriquecendo-as moralmente.
A ideia desse livro brotou pelas inspiradoras teorias de Dr. Joseph Murphy (1898 – 1981), autor do livro O Poder do Subconsciente (título original em inglês: The Power of your Subconscious Mind) onde defende a tese de que a mente subconsciente (responsável pelo sono, memória, batimentos cardíacos e outras muitas funções do corpo) ao aceitar uma idéia, começa imediatamente a pô-la em prática. Segundo Murphy, a mente subconsciente aceita tudo que lhe é sugestionado de forma vigorosa e constante; assim, podemos adicionar as informações boas e benéficas sobre o que quisermos.
Em Um Peixe de Calças Jeans, a teoria subconsciente é usada para o bem mais pacífico e precioso de todos: O amor fraterno de nossas crianças. A paz. E a união incondicional.





O escritor carioca Allan Pitz autodenomina-se com humor: “Escritor por maioria de votos, contador de histórias, visceral, humano, PhD nas próprias reflexões e estudos solitários sobre tudo”.
Diferente de todos os seus trabalhos publicados, em Um Peixe de Calças Jeans Allan Pitz cria uma alegoria simples, infantil, onde dissemina com desenvoltura ímpar, belíssimas mensagens de união e não-violência entre as crianças, tendo como base sólida um longo estudo da Teoria Subconsciente de Dr. Joseph Murphy. E a idéia central do Satyagraha (movimento de não-violência, desenvolvido por Mahatma Gandhi).
A experiência do autor, com o bullying sofrido na infância, acabara sendo o grande fator motivacional para Allan escrever o que, talvez, seja um dos seus raríssimos trabalhos para fora, especificamente, do público leitor adulto. Um trabalho raro e de muito valor humano.

Em breve o livro Um Peixe de Calças Jeans estará disponível no site da Editora Livro Novo, e em diversas livrarias do país. Um blog especial para divulgar matérias sobre o livro e seu tema está sendo criado, logo que entrar no ar já será divulgado aqui.

http://livronovo.com.br/
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quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Recomendação Paquidermes: André Siqueira



A Recomendação Paquidermes da vez é o excelente trabalho do designer carioca André Siqueira (Era Eclipse), responsável pela cara nova do blog.
Conheci o André através da escritora Bianca Carvalho (Amor, Mistério e Sangue), e logo depois já firmamos uma parceria de trabalho. Para quem vai publicar um livro sozinho, ou apenas quer mudar o visual do seu blog ou site, acesse o blog Era Eclipse e não perca mais tempo!


Book Trailer do livro Jardim de Escuridão, de Bia Carvalho. Trabalho de André Siqueira.





Capa do livro Jardim de Escuridão. Trabalho de André Siqueira.



A autora Bia Carvalho disponibilizou o primeiro capítulo da obra em seu blog:
http://www.amormisterioesangue.com/2010/10/primeiro-capitulo-do-meu-livro.html


http://eraeclipse.blogspot.com

www.amormisterioesangue.com
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sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Autor virá ao Brasil abordar mitos e verdades sobre o desempenho humano



“O livro é SENSACIONAL!!! Não passa aquela mesma idéia espiritualóide da busca sem fim por uma luz. O autor aposta na pessoa, no talento óbvio da pessoa, arma três pilares nessa descoberta, com teorias que sustentam uma verdade simples, cabível, concreta(...)

As histórias, os comparativos, a linguagem... Meu exemplar está cheio de sublinhados, rabiscos pessoais, coisas que não posso esquecer, amassados de mão, e isso acontece pouco comigo(...)

Esse livro é ajuda para muita gente nesse mundo! Uma jóia rara da literatura filosófica atual. É muito mais do que auto-ajuda!”

Allan Pitz, escritor e diretor teatral – Rio de janeiro -RJ

Paquidermes Culturais



Jacob Pétry abordará mitos e verdades sobre o desempenho humano.

O escritor brasileiro, radicado nos Estados Unidos, Jacob Pétry cumprirá agenda em outubro e novembro no Brasil para o lançamento do seu mais recente livro O Óbvio que Ignoramos (Lua de Papel, 230 pág. R$34,90). A obra trata de temas ligados ao gerenciamento pessoal e métodos modernos de administrar nossa vida nos campos pessoal e profissional. Jornalista e filósofo, Pétry dedicou os últimos anos de sua carreira ao estudo do comportamento humano e desenvolveu uma extensa pesquisa para tentar responder a uma das perguntas que mais perturbam as pessoas nos dias de hoje: afinal, qual a receita do sucesso?
Uma das principais barreiras para o desenvolvimento dos nossos potenciais, segundo Pétry, é que o próprio sistema de ensino, da forma como está posto, bloqueia a criatividade dos alunos. “Somos educados para cumprirmos metas dentro de uma média pré-estabelecida”, ele afirma. “Imagine que uma criança tenha facilidade em aprender matemática. Em gramática é o contrário: falta ânimo, falta curiosidade. O que acontece nesse caso? Os pais a forçam a estudar gramática, o orientador da escola a aconselha a estudar gramática e, no final do ano, ainda terá aulas de reforço em gramática. Ou seja: toda concentração de esforços passa a ser o ponto fraco da criança. Seu talento natural, a matemática, é ignorado e ela é forçada a investir seu tempo e sua energia na ingrata tarefa de reforçar seu ponto fraco. Assim, melhoramos um pouco nos pontos fracos mas atrofiamos nossas habilidades. No final, atingimos apenas a média”, explica Pétry.
Depois de observar o sistema educacional de vários países da Europa e América do Norte, a conclusão de que esse erro é baste característico, levou o autor a intensificar as pesquisas no campo da psicologia e das relações humanas. O resultado da pesquisa é um livro que desafia não só o sistema educacional, mas motiva dúvidas e inquietações em muitos comportamentos que aceitamos como naturais e nos prejudicam no nosso cotidiano. “Todas nossas ações no dia a dia são baseadas no estreito campo do nosso conhecimento, baseado em experiências do nosso passado. Não somos capazes de entender que a vida também é aquilo que não sabemos; as coisas que existem mas que não percebemos por que estão fora do campo das nossas percepções, e isso limita nossa capacidade de libertação”, ele argumenta. “Precisamos aprender o exercício de olhar fora dos limites de nosso conhecimento”, explica. Em O óbvio que ignoramos, Pétry faz esse exercício por nós, colocando-nos diante de uma nova dimensão sobre nosso
verdadeiro eu.
Toda essa nova filosofia poderia parecer complicada não fosse a grande capacidade do autor em simplificar o complexo. Usando inúmeros exemplos de pessoas como a modelo Gisele Bündchen, o ator Silvester Stallone e o presidente americano Barack Obama, Pétry nos dá dicas práticas de como eles superaram suas limitações e pavimentaram o caminho que os levou ao topo. Boa da parte dessas dicas pode ser resumida no que ele chama de Lei da Tripa Convergência: “Trata-se de um ponto de partida para descobrir o que há de melhor em você e como você pode oferecer isso ao universo. Ela está fundamentada em três questões práticas. Primeiro, onde está seu talento natural? Depois, dentro desse talento, onde está sua paixão? Por fim, como você pode transformar essa paixão em renda? A compreensão clara e profunda do ponto onde a resposta dessas três questões converge é o seu ponto forte, e revela o campo onde você deveria atuar para explorar seu potencial”, salienta. Pétry falará sobre o tema na Sala
Oeste do Santander Cultural, dia 31 de outubro, as 18h30. Além de Porto Alegre, o autor cumprirá agenda em São Paulo e na PUC de Curitiba.

O QUE É: Lançamento do livro O Óbvio que ignoramos
QUEM: JACOB PÉTRY
QUANDO: 31 de outubro
ONDE: Sala Oeste do Santander Cultural – Porto Alegre - RS
HORÁRIO: 18h30min

Saiba mais em:

http://oobvioqueignoramos.com/

http://www.jacobpetry.com
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terça-feira, 12 de outubro de 2010

Conspiração Aquariana



Artigo postado em 05-10-10 no site Frequências de Luz

Na superfície da terra exatamente agora há guerra e violência e tudo
parece negro.

Mas, simultaneamente, algo silencioso, calmo e oculto está
acontecendo e certas pessoas estão sendo chamadas por uma luz mais
elevada.

Uma revolução silenciosa está se instalando de dentro para fora.

De baixo para cima.

É uma operação global.

Uma conspiração espiritual.

Há células dessa operação em cada nação do planeta.

Vocês não vão nos assistir na TV.

Nem ler sobre nós nos jornais.

Nem ouvir nossas palavras nos rádios.

Não buscamos a glória.

Não usamos uniformes.

Nós chegamos em diversas formas e tamanhos diferentes.

Temos costumes e cores diferentes.

A maioria trabalha anonimamente.

Silenciosamente trabalhamos fora de cena.

Em cada cultura do mundo.

Nas grandes e pequenas cidades, em suas montanhas e vales.

Nas fazendas, vilas, tribos e ilhas remotas.

Você talvez cruze conosco nas ruas.

E nem perceba…

Seguimos disfarçados.
Ficamos atrás da cena.
E não nos importamos com quem ganha os louros do resultado,

e sim, que se realize o trabalho.

De vez enquanto nos encontramos pelas ruas.

Trocamos olhares de reconhecimento e seguimos nosso caminho.

Durante o dia muitos se disfarçam em seus empregos normais.

Mas à noite, por atrás de nossas aparências,

o verdadeiro trabalho se inicia.

Alguns nos chamam do Exército da Consciência.

Lentamente estamos construindo um novo mundo.

Com o poder de nossos corações e mentes.

Seguimos com alegria e paixão.

Nossas ordens nos chegam da Inteligência Espiritual e Central.

Estamos jogando bombas suaves de amor sem que ninguém note; poemas,
abraços, musicas, fotos, filmes, palavras carinhosas, meditações e
preces, danças, ativismo social, sites, blogs, atos de bondade…

Expressamos-nos de uma forma única e pessoal.

Com nossos talentos e dons.

Sendo a mudança que queremos ver no mundo.

Essa é a força que move nossos corações.

Sabemos que essa é a única forma de conseguir realizar a transformação.

Sabemos que no silêncio e humildade temos o poder de todos os oceanos juntos.

Nosso trabalho é lento e meticuloso.

Como na formação das montanhas.

O amor será a religião do século 21.

Sem pré-requisitos de grau de educação.

Sem requisitar um conhecimento excepcional para sua compreensão.

Porque nasce da inteligência do coração.

Escondida pela eternidade no pulso evolucionário de todo ser humano.

Seja a mudança que quer ver acontecer no mundo.

Ninguém pode fazer esse trabalho por você.

Nós estamos recrutando.

Talvez você se junte a nós.

Ou talvez já tenha se unido.

Todos são bem-vindos.

A porta está aberta.



*Autor desconhecido
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quinta-feira, 7 de outubro de 2010

TERRORZINE N°21 NO AR!


Saiu mais uma edição do ezine TerrorZine: Minicontos de Terror. Neste nº 21, você poderá conferir várias novidades, como uma entrevista exclusiva com Cesar Silva, coautor do Anuário Brasileiro de Literatura Fantástica 2009 (Devir), além de entrevistas com os escritores Álvaro Domingues, Alfer Medeiros e Mandy Porto. Participam também desta edição os escritores Adriano Siqueira, Allan Pitz, Ataíde Tartari, Álvaro Domingues, Anna Amorim, Danny Marks, Dione Mara Souto da Rosa, Edson Rossatto, Estevan Lutz, Evandro Guerra, Jorge Eduardo Magalhães, Kampos, Laura Elias, Luciana Fátima, Mariana Albuquerque, Maurício Limeira, Miguel Carqueija, Miriam Santiago e Ricardo Delfin.

Para ler a revista: http://www.divulgalivros.org/terrorzine21.pdf

São 50 páginas de entretenimento e informação, com dicas de livros, sites, blogs e minicontos exclusivos!
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quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Uma Carta por Benjamin - Jana Lauxen



Meu amigo Benjamin - Por Sônia de Matos

Uma Carta por Benjamin
, livro de estreia da escritora gaúcha Jana Lauxen, caiu em minhas mãos de maneira despretensiosa.
Foi deixado em cima da mesa da minha sala, depois que minha irmã mais velha terminou de lê-lo, dizendo ser ‘muito legal’.
Como não estava em meus planos vir a lê-lo, simplesmente ignorei.
No entanto, naquela noite, como em tantas outras noites, perdi o sono; em compensação, ganhei umas boas três horas na companhia de Benjamin, o protagonista de Jana.
Pois, sem ter o que fazer, peguei o livro, li a contracapa, folheei algumas páginas, fui seduzida pelo primeiro capítulo e, quando dei por mim, já havia passado da metade.
A história, do sujeitinho lugar-comum que passa a receber cartas de uma completa desconhecida, envolve de uma maneira pouco convencional, sem apelar para clichês e ganchos que, na verdade, não passam de truques para prender o leitor desavisado.
A história é verdadeiramente interessante.
E por mais que, em diversos momentos, possamos nos identificar com o personagem, é a sua história e a trama na qual submerge que faz você aproximar-se tanto de Benjamin.
A leitura é leve, mas não vazia. Apesar da linguagem absolutamente coloquial e simples da autora – capaz de agradar gregos & troianos – nada falta em conteúdo e engenhosidade.
Leitura que faz esquecer o mundo todo a sua volta, e mergulhar de cabeça em outro universo, o universo de Benjamin, o universo de Jana, e de suas histórias mirabolantes mas que, no fundo, são completamente cabíveis. Cabíveis até demais.
Jana reuniu em seu livro de estreia, e com extrema maestria, a improbabilidade da vida, dos acontecimentos, das pessoas que vivem ao nosso lado, e também dentro de nós. E o quanto esta improbabilidade deixa de ser improvável quando acontece.
É este o momento que vive o protagonista.
A hora H em que ele percebe que o mundo, as pessoas e ele próprio não estão pré-definidos nem ordenados, nem seguem nenhuma lógica racional.
O mundo e todas as coisas que vivem dentro dele não são monótonos, nem previsíveis, ao contrário do que ele imaginou (e nós também?) a vida inteira.
Gostei, gostei do Benjamin.
Gostei da autora, e gostei da maneira suave como ela me conquistou.
Impressiona, talvez, a pouca idade – pelo que sei ainda não tem 25 - mas nada, absolutamente nada deixa a desejar no que tange seu talento e sua incrível capacidade de nos sugar para dentro de seu mundo.
Leia Uma Carta por Benjamin.
Mais de uma vez, de preferência.
Além da vida e dos outros, até os carteiros você vai passar a ver com outros olhos.

Sônia de Matos é jornalista por obrigação, bailarina por opção, canhota por destino e leitora compulsiva por puro e genuíno amor.
Contato com a autora: soninhadematos@gmail.com



CAPÍTULO 1
Uma Carta por Benjamin
“Não existe Deus senão o homem”
( Aleister Crowley – O Livro da Lei)

1.

— Uma carta?
— Uma carta.
— Mas quem é que manda cartas, hoje em dia?
— Ah, eu achei romântico.

Benjamin caminhou até a mesa da cozinha e pegou o envelope pardo, seu nome e endereço digitados em uma máquina de escrever.
Riu, debochando.
— Aposto que o remetente anota seus recados em um pergaminho.
Ofélia não entendeu o que Benjamin quis dizer. De qualquer maneira, não era paga para entender nada. Só sabia que, uma vez por semana, deveria ir até o apertado apartamento de Benjamin, limpar a casa, recolher as cuecas, tentar tirar os grudes de cima das mesas e as bitucas de cigarro do chão. Também devia dar uma organizada em seu ainda mais minúsculo escritório, que chamava de agência de publicidade, mas era na verdade uma fábrica de panfletos vagabundos de mini mercados e motéis baratos.
Benjamin sequer notou o pouco caso da diarista. Afastou do sofá alguns pacotes de salgadinhos, uns vazios, uns ainda cheios, e espalhou migalhas pelo chão.
Não se importou.

Querido Benjamin,

Tenho tido pesadelos.
Sei que estou afastada de ti há muito tempo, como também sei que esta carta pode até te surpreender, mas quando parei para pensar sobre minha vida – minha miserável vida — a única pessoa que me veio à cabeça foi você.
Não gosto de pensar sobre tudo que já aconteceu, e ainda hoje acontece.
Não gosto porque me faz sofrer.
Agonia—me não ter ouvido os teus conselhos, não ter seguido o teu exemplo e hoje, imaginando a imensa alegria que seria poder te dar um abraço, te pagar um vinho, sentar contigo em um bar e jogar conversa fora, penso que nada valeu a pena.
Não valeu de nada a ideologia, como também nada valeu minha ambição desenfreada e cretina, que me colocou exatamente onde agora estou.
Toda noite, os pesadelos.
Reais, sinistros, perturbadores.
Acordo e eles continuam.
Porque me lembro de cada mínimo detalhe, Benjamin, e você sabe como sou detalhista.
Espero em breve te rever.
Saudades,
Madalena

Quando terminou, voltou ao início e leu novamente.
Depois mais uma vez, e outra, e somente na quinta vez balbuciou:
— Mas que porra é essa?
Ofélia nem interrompeu sua canção, distraída tentando lavar a louça, imunda e numerosa.
Encafifou—se.
Não conhecia nenhuma Madalena, muito menos uma que sofresse com pesadelos. Outra: jamais, em toda sua monótona existência, alguém lhe dissera que gostaria de ter seguido o seu exemplo ou escutado seus conselhos.
Até porque era um sujeito comum, ranzinza, sem namorada, sem ambição, sem vontade de fazer nada; atualmente também não gostava de vinhos, muito menos de bares ou conversas jogadas fora.
Cogitou a possibilidade de ter havido um engano, mas como seria possível? A carta tinha seu endereço, escrito corretamente, e seu nome completo.
Estranho.
E enquanto Ofélia cantarolava uma moda de viola, sentiu—se subitamente sem ar. Respirou fundo duas ou três vezes, mas não adiantou; tinha a impressão de que algo comprimia seus pulmões.
Precisou sair do apartamento para pegar um ar, e Benjamin não gostava de sair do seu apartamento.
Fizesse sol ou chuva, calor ou frio, ele sempre preferia ficar.
No entanto, naquele momento, as paredes do seu muquifo pareciam lhe roubar o oxigênio, e ele bandeou—se porta afora.
“Maldita nicotina” pensou, enquanto descia afobado pela escadaria do prédio e alcançava a calçada principal.




JANA LAUXEN é escritora, autora do livro Uma Carta por Benjamin e editora do selo Literarte, da Editora Multifoco. Organiza, ao lado do escritor Frodo Oliveira, a coletânea de contos policiais Assassinos S/A. Colunista da revista Café Espacial, publicou a historieta Pela Honra de Meu Pai, pela Mojo Books, inspirada na banda Pata de Elefante. Foi editora da versão brasileira da revista eletrônica inglesa 3:AM Magazine, e também uma das idealizadoras do projeto E-Blogue.com (in memorian). Participou de mais de 10 coletâneas, sendo a mais recente Galeria do Sobrenatural, da Terracota Editora.

Não deixem de visitar:
http://janalauxen.blogspot.com
e o twitter:
http://twitter.com/janalauxen
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sexta-feira, 1 de outubro de 2010

O Paquidermes Culturais entrevista: Kyanja Lee


Mais uma entrevista paquidérmica sensacional! E mantendo a saga recente dos grandes convidados de peso, quem chega para abrilhantar o blog é a parecerista e revisora Kyanja Lee, numa entrevista onde adentramos sem medo o temido mercado editorial, e a importância de seu trabalho para todos os escritores.

Pergunta à parte: Quem é Kyanja Lee?

Sou uma pessoa sensível, a quem toca qualquer tipo de manifestação artística e estética. E adoro a manifestação de inteligência de que o ser humano é capaz por meio da criação literária. E como parecerista, revisora e preparadora de originais, tenho me especializado em ficar nos bastidores da criação literária, auxiliando novos autores a melhorarem suas obras.

1- Kyanja, qual o papel de um revisor profissional no trabalho de um escritor? E por que originais que não passam por revisores, dificilmente são aceitos nas editoras?

R.: As editoras querem ter certeza de que o autor é profissional (e não amador) o suficiente para ter se cercado dos cuidados de estar passando para o seu crivo um texto bem escrito, bem estruturado e sem erros grosseiros (seja de construção, sintaxe, redundâncias, clareza). Imagine se, dentre tantas centenas de originais que recebem por mês, as editoras vão perder tempo em analisar um texto mal revisado?

2- Visto pela sua ótica: Qual o primeiro ingrediente, e os demais pontos cruciais para se escrever um bom livro?

R.: Acredito que seja fundamental se ter uma boa história, que gere interesse no leitor e, mais do que isso, com um enfoque diferente, uma maneira original de transmitir uma coisa aparentemente trivial em algo inusitado. E tudo isso, embalado numa linguagem agradável, direta, acessível e com uma estrutura bem amarrada (onde se percebam gradações narrativas, da menor para maior intensidade em termos de carga dramática ou de revelações ao leitor).

3- Já mandou (teve vontade) algum escritor estudar um pouco mais antes de escrever, ou abandonou algum texto pela metade?

R.: Sim, certamente já me deparei com autores que têm a pretensão de escrever, mas dominam pouco a linguagem, o que faz com que a leitura de seu texto se torne algo bastante penoso. Mas fui até o final e até apontei isso a ele, indicando a quanto por cento eu achava que estava de uma boa narrativa.

4- “Os estrangeiros escrevem muito bem”: esta é a frase. “Então, copiaremos”: Esta foi a conclusão. Em qual parte desse raciocínio o povo pode ter perdido inconscientemente sua identidade literária, e saiu escrevendo, por exemplo, Lucy Marie ao invés de Maria Lúcia (dando crédito à localização da história, evidente)? Não estariam alguns autores, inevitável e paradoxalmente, confundindo a boa estética a ser seguida (quando boa) com o conteúdo nacional estrangeiro que não nos pertence? Fale um pouco sobre isso.

R.: Você levantou uma questão bastante pertinente: de fato, há autores que acreditam que ao, simplesmente, transportarem sua história para cenários internacionais e utilizarem nomes estrangeiros, já terão garantido metade do sucesso de seus livros, o que é ledo engano. Não há como não se perceber artificialismo nesse recurso, se não houver uma razão maior para o uso de tais cenários ou nomes internacionais. E nada pode soar mais falso do que ambientar uma cena na Londres atual ou dos anos 70 se o autor não a conhecer pessoalmente ou – na menos pior das hipóteses – não fizer uma boa pesquisa do lugar.

5- O que mais lhe agrada e mais lhe aborrece na profissão de parecerista e revisora?

R.: Fico muito feliz quando realizo um trabalho em que consigo, de fato, ajudar o autor a enxergar outras possibilidades de melhorias em sua obra e as aceita. É uma troca, afinal, desde que se esteja aberto para parcerias. E, muitas vezes, a amizade com o autor perdura para além daquele trabalho, pois acredito que o envolvimento em seu processo criativo possibilita uma grande intimidade. O que mais me aborrece é quando o autor não está aberto a compartilhar, se mostrando fechado para críticas. Ou quando está apenas atrás do profissional mais “barato” (sem levar em conta que há revisores que simplesmente revisam, ou seja, se atêm a questões gramaticais e de sintaxe, sem se preocuparem com a intenção literária do autor).

6- “Um trabalho invisível que se percebe”, li essa frase no seu site, achei ótima, mas fiquei pensando: Até que ponto um autor (bem errôneo) pode ser radical e não querer que mexam profundamente nos seus escritos ruins? Já passou por algo semelhante?

R.: Sim, pois muitas vezes sou solicitada apenas a fazer a leitura crítica e não o restante (revisão ou preparação – essa última consiste em uma revisão mais aprofundada, com mudanças mais estruturais). Ou seja, percebo claramente que, por mais que aponte quais as falhas estruturais em seu texto, dificilmente o autor conseguirá desembaraçar seus nós sozinho, sem ajuda.

7- Sem dúvida, você tem mais experiência para falar sobre os livros nacionais de agora do que o Ministro da Cultura; está sempre lendo livros que, talvez, nem existam nas livrarias, ou ainda não existem. Está, digamos, mergulhada no cenário atual. Diante disso tudo eu te pergunto: O que falta para os escritores de agora? Por que tanta dificuldade?

R.: Acredito que falta um pouco de originalidade aos novos autores, no sentido de que muitos querem simplesmente copiar modelos consagrados. Ou seja, vampiros estão fazendo sucesso? “Ah, então vou escrever sobre vampiros”. Meninos bruxos estão fazendo sucesso? “Ah, então vou criar o meu personagem bruxo”. Independentemente do que for escrever, o autor precisa apresentar sob uma nova ótica. E se assegurar de criar um mundo fictício tão real e verossímil − assim como personagens idem −, que o leitor se sinta conduzido a ele.

8- Não há dúvidas de que um bom revisor/parecerista deve ser duas vezes escritor (emoção/técnica) o tempo todo. Em alguns casos, como no meu livro “A Morte do Cozinheiro”, o escritor entrega-se apenas à emoção. Tanto que a obra flui de forma lírica, o leitor a percebe assim (emoção), mesmo que enraizada de suspense e tragicomédia... Um profissional contratado com menos entendimento e perícia poderia, involuntariamente, desmontar uma obra mais artística, lírica, por não entender plenamente a composição proposta?

R.: Acredito que um parecerista (entendendo como aquele que dá pareceres, ao redigir um relatório de leitura crítica) poderia ser cruel ou não entender o contexto ou intenção da obra, mas o máximo que causaria de dano ao autor seria frustração, ao emitir um parecer desagradável .
Acredito que com um revisor mais mecanicista não haveria maiores problemas, pois sua função não seria a de fazer grandes mudanças no original do autor: no máximo se ateria à pontuação, sintaxe, ortografia.
Já o preparador − cuja função é propor alterações estruturais maiores ou de linguagem − poderia fazer alterações que desagradassem ao autor, ao propor um novo caminho ou abordagem.


9- Papo bem ligeiro em cinco tempos:

Um livro de cabeceira: Meu livro de orações (“Orações para uma Vida Feliz”), com o qual peço proteção, sabedoria e outras coisas mais (risos).
Uma música inesquecível: Puxa, difícil, hein? Talvez “Always on My Mind” ou “Suspicius Mind”, de Elvis Presley (adoro música romântica e Elvis, bem ele é ele, né?)
Um filme: “E o Vento Levou”
Um sonho: Viajar muito pelo mundo afora e dominar mais umas duas línguas
Um autor ícone: Érico Veríssimo

10- Agradeço por ter aceitado o meu convite. Deixo esse espaço livre para você:
R.:Gostaria de me colocar à disposição de qualquer novo autor. Visitem o meu site: www.kyanjalee.com.br e me escrevam. Ficarei feliz em poder ser útil e clarificar o que precisarem para desembaraçar seus originais e torná-los mais profissionais e atraentes para o mercado editorial. Ah, e antecipando: agora em outubro deve sair o meu e-book intitulado “Conversando com James McSill”, onde por meio de uma trama romanceada, mas verídica, conto de minha rica troca de experiências com um coach literário com visão internacional. Confiram, que vale a pena!
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Este blog surgiu após inúmeras recomendações, broncas, cascudos e beliscões de conhecidos. Aqui está, enfim, um espaço próprio para o escritor Allan Pitz publicar suas "Patavinices", seus textos, seus livros, e tudo o mais que o tempo for lhe guiando e desenvolvendo.

Obrigado pelo incentivo de todos.