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sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Estação Jugular - Uma Estrada para Van Gogh


Post para começar realmente o ano do Estação Jugular - Uma Estrada para Van Gogh, que será lançado no mês de março pela Editora Multifoco!



PREFÁCIO

A obra de Allan Pitz é feita de palavras que brotam de algum lugar que não é somente da mente. Devem vir de algum espaço que coexiste entre a alma e o cérebro, pois decodificam um código misterioso, só possível aos viajantes astrais.

Por meio de uma narrativa instigante, veloz e surpreendente, ele nos convida a abandonar nossas mentes embotadas, acostumadas a trilharem caminhos já repisados, e nos abrir para as imagens que surgem − somente com o seu dom de burilar as palavras −, possibilitando-nos emoções, sensações e visões desconhecidas.

“Estação Jugular – Uma Estrada para Van Gogh” nos leva a refletir sobre as mazelas humanas, e a nos interrogar de que poeira cósmica somos parte e a qual galáxia maior seremos conduzidos. Há paralelos entre vida e morte, nascimento e evolução, mas sem nada que possa inspirar algo doutrinador ou venha a assustar quem tenha convicções religiosas arraigadas. A viagem que o leitor se propõe a fazer, ao abrir as páginas de “Estação Jugular”, embora abismal, não terá nada de perigoso.

Confesso que eu, que sou marinheira de primeira viagem ao mundo literário de Pitz, consegui ser plenamente conduzida e seduzida por meio de sua verborrágica capacidade de mexer com todos os meus sentidos, a cada nova mudança de cenário e parada.

Assim, caros leitores, recomendo: Apertem os cintos, que a viagem é sacolejante e − à la Van Gogh − boa jornada pelo mundo mágico de palavras, imagens e cores vertiginosas! Só não garanto como vocês se sentirão, ao chegar ao fim da estrada: mareados, arrebatados ou simplesmente desnorteados.

Kyanja Lee






TRECHOS SOLTOS



Capítulo I
"Na verdade, estava chateado com a escassez de eclipses lunares, com a queda brusca na Bolsa de Cingapura, e por ter sido obrigado a engolir alguns parafusos e chumbinhos num quarto hospitalar sem portas; não estava chateado com nada que tivesse a ver com aquele condutor estranho e seu destino de viagem não revelado".



Capítulo II

- Não sei aonde você quer chegar com esse seu enredo anarquista raso.
- Também não sei, só sei que se Jesus voltasse à terra não teria cheques, nem estilo, sofreria bullying, e nunca passaria pela porta da frente de um Fashion Week.
Esse homem era absurdamente louco! A humanidade evoluiu muito de Moisés a Dolce & Gabanna...




Capítulo III


- E para onde vamos?
- Até o fim da estrada.
A estrada sumia reta no horizonte cinzento. Três luas novas, giratórias, nos conduziam. Malditos remédios alucinógenos. Não tem nada de santo em alucinar a mente. Nada mesmo.



Capítulo V

Uma mulher não resistiu e jogou-se desesperada ao mar ao ver o ônibus prateado passando reto pela estrada. Tentava nadar até nós, mas de repente - desgraçadamente -, um enorme tubarão branco e um crocodilo de água salgada abocanharam-na, despedaçando-a em fração de segundos – repartindo a vítima amistosamente -, um de cada lado!
- SANTO DEUS! JESUS, MARIA, JOSÉ!! VOCÊ VIU AQUILO?! VIU AQUILO?!
- Ela não devia ter feito isso, foi imatura.
- ISTO É O INFERNO!
- Não, isto é apenas uma praia, um lugar paradisíaco e aconchegante. Não percebe?




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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

A Caixa Preta



A Caixa Preta
Mini conto de Allan Pitz



Estou no interior de uma caixa escura, claustrofóbica; o objetivo de ali me encontrar é uma incógnita sobrehumana aos vivos.

Vez por outra acendo um fósforo... Vejo-o queimar... As paredes de chumbo não se aquecem com um pequeno fósforo aceso; não há risco de incendiar nada. Nem o meu corpo nu é um corpo inflamável. Não há vinho, não há nada...

Relembro uma canção que fala sobre escadas, amores, elevação do ser, evolução, essas merdas todas... A caixa não me permite pensar de maneira clara; as cenas e propostas intencionam embaralhar minhas ideias, diferentemente do que na verdade penso e devo escrever. A sinceridade some, se a alma teimar em ficar reclusa numa caixa preta... Devemos buscá-la.

Outro fósforo. Restam cinco na caixa de fósforos. Eu preciso ver a luz.

Agora, a caixa em que me encontro move-se lentamente até um depósito sombrio. São horas e horas de aflição num galpão antigo, sem iluminação, junto a milhares de caixas iguais. Ouço alguns chorinhos infantis, outros berreiros grossos, gritaria de adultos, enquanto o meu próprio choro não se faz ouvir sozinho: somos um coro triste. Ruído único, distorcido, causador de incrível mal-estar.

Uma luz celestial abriu a caixa, retirando-me do que eu percebi – enquanto voava - ser um navio cargueiro, na escuridão dos mares, quebrando infinitos icebergs azuis.

Prometi à luz de resgate que tentaria não voltar. Mas a caixa preta nos leva sorrateiramente, aprisiona nossas forças e as usa como bateria, conduzindo-nos, semivivos, até os confins maléficos de seus icebergs.
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terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Recomendação Paquidermes: Listas Literárias


Post de divulgação de um blog que eu adoro!

O listas literárias, do blogueiro escritor Douglas Eralldo, sempre me distrai a cuca com as dez mais do mundo literário. Assuntos não faltam! E o cara sabe como ninguém encontrar bons argumentos para as novas listas . Vale muito a visita!

Três listas literárias bem interessantes:

10 livros famosos que tiveram seus originais rejeitados diversas vezes

1 - Zen, e a arte da manutenção de Motocicletas, de Robert M. Pirsig: Este entrou para o guinnes book ao ser rejeitado 121 vezes. E se por acaso você nunca ouviu falar dele, saiba que depois de tantas rejeições, a obra vendeu mais de 4 milhões de exemplares;

2 - M*A*S*H, de Richard Hooker: Antes da série de televisão e o filme, ambos grandes sucessos, foi escrito o romance, que foi rejeitadado por 21 editoras;

3 - Carrie, de Sthepen King: Nem mesmo o mestre do terror escapou das rejeições. Carrie, um de seus maiores sucessos, nas páginas e nas telas o clássico no gênero foi renegado por 30 vezes, chegando ao ponto de Sthepen jogar no lixo seus originais;

4 - Crepusculo, de Stephenie Meyer: Os originais de Crepúsculo foram rejeitados no mínimo 8 vezes por editoras, listadas pela autora, e por agentes literários, onde inclusive um deles respondeu com uma carta desqualificando a obra, sem saber que ela já havia assinado contrato com uma das principais editoras dos EUA;

5 - Dublinenses, de James Joyce: Um dos escritores mais influentes do século XX, amargou 22 rejeições dos originais deste livro de contos, sendo impressos inicialmente 1.250 cópias, e vendendo no primeiro ano apenas 379, das quais 120 haviam sido compradas pelo próprio Joyce;


6 - Harry Potter e a pedra filosoval, de J. K Rowling: No mínimo uma dúzia de editores que recusaram os originais de Harry Potter devem ter se escabelado depois do estrondoso sucesso da obra, cujos números são estratosféricos, e transformaram a autora pobre em uma milionária;

7 - E o vento levou, de Margaret Mitchel: E o que dizer para os 38 editores que rejeitaram os originais do clássico imortalizado no cinema, que rendeu a autora um cobiçado Prêmio Pulitzer;

8 - Tempo de matar, de John Grisham: O cara é o sexto escritor americano mais lido, e sua obra Tempo de Matar, que originou o filme roteirizado pelo próprio escritor foi rejeitada por uma dúzia de editoras, e 16 agentes literários;

9 - A expedição de Kon-Tiki, de Thor Heyerdahl: Antes de vender 25 milhões de cópias, o livro foi recusado por 20 editoras, sob as mais diversas alegações;

10 - O diário da princesa, de Meg Cabot: O livro foi rejeitado por 17 editoras, o que para a própria autora serviu como estímulo para não desistir.




Os 10 escritores mais bêbados da literatura

O alcoolismo é o conjunto de problemas relacionados ao consumo excessivo e prolongado do álcool; é entendido como o vício de ingestão excessiva e regular de bebidas alcoólicas, e todas as consequências decorrentes. O alcoolismo não faz distinção de classe, cor, raça... e nem de grau de cultura e conhecimentos. Abaixo os 10 escritores mais bêbados da literatura:

1 – Edgar Allan Poe: O cara sempre gostou de uma birita, mas quando sua mulher, Virgínia Clenn começou a sofrer com a tuberculose que viria a lhe matar, é que o cara entornou ainda mais;

2 – Sthepen King: É parece que o álcool afeta os miolos e dá uma inspiração danada para histórias macabras. King se confessou alcoólatra por mais de uma década, e que ainda Jack Torrance de O iluminado foi uma inspiração em si mesmo;

3 – Jack London: Um manguaceiro imoderado, cuja vida desregrada levou-lhe a sérias complicações. Morreu com uma overdose de morfina, um triste fim para o homem de infância tumultuada, e de experiências difíceis da vida;

4 – Raymond Chandler: Em 1932 Chandler ocupava a vice-presidência na Dabney Oil Syndicate, uma empresa petrolífera em Signal Hill, Califórnia, mas acabou por perder este emprego bem remunerado devido a problemas de alcoolismo.Para piorar quando sua companheira Cissy Pascal faleceu, Chandler, afundou ainda mais no alcoolismo;

5 – Oscar Wilde: o escritor irlandês teve uma vida social agitada e extravagante. Suas aventuras amorosas homossexuais o levaram a prisão. Levantava canecos como ninguém, o que inclusive agravou seu ataque de meningite.

6 – Nelson Rodrigues: O brasileiro de origem de classe média que tratou a perversão em grande parte de suas obras, era sabidamente um boêmio, com noitadas regadas a muito whisky e cigarros;


7 – Charles Bukowski: O garoto mau da literatura norte-americana, levou o estilo ébrio de ser às últimas consequências também fora das páginas. Perdeu emprego, todo o dinheiro, mulher e filhos e terminou morando na rua. Só depois de muitos anos, quando seus livros atingiram algum sucesso, conseguiu se restabelecer na vida.

8 – Francis Scott Fitzgerald: Um dos maiores escritores americanos, como ele próprio sabia foi pego pela bebida.Sua saúde foi afetada fortemente pelo alcoolismo.

9 –
Alexandre Dumas: Talvez o criador de Os três mosqueteiros seja mais lembrado por suas extravagâncias e a falta de tato ao lidar com dinheiro, mas é fato que em seu château estava sempre cheio de pessoas, e com recepções regadas a bebida é claro;

10 – Mario Quintana: O poeta gaúcho que viveu grande parte de sua vida em quarto de hotéis, não tinha grana, e mantinha uma relação estreita com o copo. Certa feita um amigo ao cruzar com ele num bar pela manhã perguntou-lhe – Já bebendo, Mário? E o poeta respondeu-lhe – Já, não. Ainda.





10 Carros fantásticos presentes na literatura

1 - Plymouth Fury 1958 é provavelmente o carro mais lembrado quando se pensa em literatura. Além de um clássico, é bom lembrar que Christine é o carro assassino:


2 -
Um camaro 1978 conduz Percy Jackson e família em o Ladrão de Raios. Mas um grande pecado acontece quando o carrão aparece queimado após o desaparecimento misterioso de Percy e sua mãe:

3 -
VW Rabitt 1986 é citado numa das obras mais vendidas de todos os tempos, Crepúsculo. "Você não saberia como eu posso pôr as mãos num cilíndro mestre para um Volkswagen Rabbit 1986, saberia?"


4 - BMW M3 Conversível. Que se discuta a qualidade da obra de Stephenie Meyer, mas que jamais questione seu gosto por carros, presentes em sua obra detalhados como esse possante de Rosalie Hale/Cullens:


5 - Jaguar 1960, um clássico que tinha tudo haver com com seu dono, o Inspetor Morse, criação do autor britânico Colin Dexter:

6 - Rolls Royce foi o carro que culminou uma série de acontecimentos que levou a morte do Grande Gatsby, iniciando com a morte de Myrtle Wilson:

7 - Maserati Vermelho é o carro desejado por Percy Jackson, criado por Rick Riordan:


8 - O Hudson 49, é um dos clássicos a estampar talvez o livro mais importante de literatura de estrada, "On the road" de Jack Kerouac é uma grande viagem pelos Estados Unidos:



9 -
O Chrysler 1950 é outro carro furioso estampado em "On the road":

10 - Para encerrar, o Volvo S 60 R, de Edward Cullen:


E para você, qual possante marcou suas leituras?...


Bônus:

11 - Ford Anglia, sugestão da Débora Lauton, é o Carro do Senhor Weasley em Harry Potter e o prisioneiro da Azkaban:


12 - Um Cadillac Rabo de peixe todo depenado servia de moradia ao velho Tom, e tinha o simpático apelido de "putomovel" em Sangue na Lua:




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segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

O Vampiro de Cuspe, Suor e Lágrimas


Conto de Allan Pitz



Parte 1


- Traz uma gelada, Juquinha! Hoje estou topando até cerveja.

- Positivo, Matheus!

Ahhh! Grande golada na tulipa suada! Outra e outra: ahhh...! Fiquei ali mesmo pelo Baixo Méier, bebericando uma cervejinha aguada numa tarde quente de verão, observando as pessoas andando, e buscando um pouquinho de alguém para escrever meus personagens. O mundo real é uma plantação infinita de boas histórias possíveis. Posso ver claramente, estampadas nos rostos que passam, várias histórias interessantes para se contar. Fantasiar, meus caros... É melhor explicar o que faço realmente: vejo as pessoas, e para além do que elas me refletem, de primeira (ou nem tanto), eu crio o diálogo que podem estar travando consigo mesmas em silêncio: as contas, o futuro, a vida, o tesão, a motivação. Qual é a deste indivíduo? Qual é a daquele? O que estão planejando?

No centro da cidade, então, é uma praga... Penso quando vejo os engravatados correndo: Ah, cara, me conta sobre o teu projeto Planeta Terra, vai? Não é possível que seja só isso pra ser um homem e morrer aqui, puta merda... Mas a vida de hoje é isso: trens e trilhos; é bem por aí. Eu deveria estar ali no trilho com eles, pois a sociedade contempla a arte, mas raramente os pobres artistas que a fazem brotar. E se não contemplam artistas, têm sorte de que no mundo ainda exista arte pulsando. Ela vem aliada à teimosia nobre, e não à caridade dos outros (vejam na biografia dos grandes artistas da humanidade).

- Posso me sentar?

Um coroa de cabeleira grisalha, mais parecendo um passarinho perdido no vento, apoiando-se numa gasta bengala marrom envernizada, resolveu sentar-se à minha mesa. Usava um patético casaquinho cinza de lã abotoado, e calça comprida preta naquele calor: devia ser um louco de pedra!

- Oh, cara, não vou pagar nenhum gole pra você. Não é por mal, apenas estou quebrado. Sacou?

- Oh, não, deixe que eu peça outra rodada, cavalheiro!

- Opa. Então senta aí, velho guerreiro! – Puxei uma cadeira pra ele.

- Muito obrigado, meu jovem. Eu sou apenas um coroa, como a garotada gosta de dizer, em busca de conversa fiada e uma geladinha. Entende?

- Então somos dois, meu velho. A diferença é que sou um coroa de 28 anos. O que deve ser bem pior, já que a tal juventude idolatrada por vocês me escapou tão rápido.

Ele se apresentou como Resende, apenas Resende, cara simpático; disse que já tinha tantos anos vividos que não se lembrava mais.

“Que ferrado”, pensei. “Não quero envelhecer tanto a ponto de esquecer tudo que vivi. Seria sacanagem.”

- Não está com calor, Resende?

- Ah, não, esse clima não me fode mais. Já me acostumei com ele.

- Você é brasileiro?

- Hoje em dia, sim, posso me considerar um aposentado cidadão brasileiro. Você não está trabalhando hoje?

- É claro que estou! Não está vendo? Preste bem atenção (fiquei paradão olhando a rua).

O velho adquiriu uma cara de espanto (agora o louco era eu). Então, continuei:

- Estou vendo cenas. Estou parado vendo gente em movimento. Estou pensando, gastando o meu tempo comigo. Isso vai se transformar em papel depois.

- Oh, um escritor filósofo à moda antiga?

- Sim, e autodidata vulgar; um grande vagabundo...

- Meus pêsames.

Brindamos a isso.

- É, mas em breve terei de trabalhar. Estou aqui pensando nisso também.

- Você acha ruim?

- Acho. Não quero ajudar a comprar o carro zero poluidor de nenhum babaca comedor de mocinha boba. Nem doar minha vida para que ele passeie na Disney.

- Eu entendo... Minha raça, assim como muitos escritores, sempre prezou pela própria liberdade. Não é à toa que saímos da Romênia, mudamos nossos hábitos. Queríamos a liberdade do sol, do calor, de estar com as pessoas diurnamente! Tomar uma gelada, ver as meninas na praia. Queríamos ser um povo livre!

- Qual é, vovô?! Não mete essa de fantasia fantástica pro meu lado. Quem ouve pensa até que o senhor é vampiro.

- E não sou?! Sou um vampiro velho, meu jovem... Falo isto, pois o senhor, sendo escritor, deve ter a mente ampliada para entender qualquer coisa que lhe digam.

- Porra; exigem tanto da gente, não acha...?

- O senhor não acredita que eu possa ser um velho vampiro imigrante?

- Estou tentando, meu amigo, mas não consigo imaginar o senhor chupando nada... Putz... Nem quero pensar muito nisso!!

- Pois eu lhe provo.

- Não, pode parar; não quero esse papo pro meu lado. Tem milhões de escritores que se encantariam mais com esse encontro maluco. Vou dar no pé.

Fiz menção de levantar e o cara começou a querer explicar melhor tudo aquilo. Fiquei curioso, admito. Relaxei na cadeira.

- Não bebemos sangue, rapaz! Nem machucamos ninguém, ao menos não fisicamente. Nós, os antigos Iordannescu de Satu Mare, nos alimentamos de cuspe, lágrima e suor.

- OK. Você venceu, Resende.

- Victor Iordannescu... – sussurrou o velho.

- Tudo bem, Victor... E como você pode provar isso? Eu não vou chorar, nem cuspir em você, e tampouco deixar que lamba meu suor ou algo assim, então... Será a sua palavra contra a minha restrição.

- Venha comigo, rapaz, minhas filhas te mostrarão como funciona.

- Não mete essa, cara (só agora reparo no quanto esse velho se parece com o Dalton Trevisan nas raras fotos)... Tu deve ser um psicopata antigo, bem letrado no ramo... Ou um viado velho com tesão de caçar em botequim.

Agora o cara se enfezou. Levantou e bateu com a mão na mesa falando alto. As veias azuladas do rosto branco saltavam, furiosas. A garrafa de cerveja caiu e rolou no chão.

- Ora, que despautério! Esse é o motivo de ninguém querer os seus livros: você tem a mente fechada; é um inculto, um boçal arrogante e prepotente! Até mais, Matheus Fritz.

“Como ele sabe o meu nome?”, pensei.

- Tá bem, Victor, tá bem, fique mais calminho aí!! (Todos já observavam o escândalo da dupla). Não é fácil acreditar em lendas, mas eu posso tentar.

- Sim, eu sei, mas você tem a língua muito suja!

- Pois é... Onde você mora?

(Acalmando-se):

- Moro naquele prédio ali.

- Me desculpe, cara. Vamos lá. Suas filhas são bonitas?

Victor respondeu, enquanto pagava a conta (Juquinha, o garçom, ficou nos olhando com bastante curiosidade e atenção):

- Sim, são jovens altas, brancas e belas, como a neve nas velhas montanhas. Mas seus corpos são quentes, suas bocas sabem como satisfazer suas gulas carnais. São perfeitas as minhas vampirinhas.

- Beleza. Mas não vá me aprontar, hein, Victor. Estou meio cabreiro contigo...

- Confie em mim! Somos uma raça desertora pacífica. Descobrimos um método para reformular as necessidades. Na verdade, é o sangue que nos aproxima da escuridão eterna. Sem ele somos quase normais.

- Tá legal...

Fomos caminhando para o apartamento do vampiro aposentado que encontrei tomando cerveja; que diabos...




Parte 2



Assim que o velho abriu a porta do apartamento bem ajeitado (tinha até arranjos de flores, mesinha de centro com cristais, sofá branco de couro, almofadinhas vermelhas de coração), eu quase morri. Quatro belas mulheres trajando roupas mais do que confortáveis (camisolas brancas curtinhas, e só) saltaram diante dos meus olhos. Três ruivas e uma loira (a mais alta delas). Duas estavam lendo revistas de moda; uma assistia TV; enquanto a outra lixava as unhas do pé esquerdo.

- Opa! Boa tarde, doutoras! – eu disse. Elas pareciam felizes em me ver. De súbito me bateu um puta medo de que fossem canibais. Eu seria uma caça das boas. Mas a carne já estaria cheia de nicotina, camadas de gordura... Não deve valer muito não.

Victor fez as apresentações. Disse às meninas que eu era um grande escritor não reconhecido, e que fora até ali para comprovar a história que ele havia me contado no bar. As meninas sorriram: Yvana, Nadesda, Nastenka, e Ecaterina (A loira gigante).

Rapidamente me sentaram no meio do sofá, ficando assim duas senhoritas de cada lado. Legal... Todas bem perfumadas com uma essência suave, relaxante. Victor trouxe outra cerveja e sentou-se em uma cadeira de frente para nós. Começou o seu discurso:

- Sabem, meninas, o nosso escritor aqui me deu um grande voto de confiança hoje...

- É, paizinho? – perguntou Ecaterina, olhando nos meus olhos e sorrindo com malicia.

- É, mãezinha... Ao invés de me chamar de Saci-Pererê ou Boitatá, ele veio até aqui para descobrir se somos vampiros ou não.

Nessa hora fiz questão de alertar:

- É, mas não quero nada com sangue... O Victor falou que vocês se alimentam de outra coisa.

As quatro sorriram em coro. Yvana sussurrou no meu ouvido... Não sei o que ela disse, mas meu coração deu uma acelerada meio que brutal imediatamente, foi instantâneo. À minha esquerda, Nadesda fez o mesmo, e dessa vez a sensação foi de calor extremo.

Victor prosseguia com ares de menino orgulhoso:

- Suor... Começaremos pelo suor. Vamos mostrar a ele, meninas.

Victor bateu palmas e todas as janelas e cortinas se fecharam. Até o som parou. Seus velhos olhos azuis se tornaram totalmente negros. Olhos de asfalto.

- Jesus, Maria, José!!! – gritei - Vá se ferrar, Victor!! Olhe pro outro lado com essa porra desse olho!

- Agora, está começando a acreditar, não é?

- Ao menos que você deve ser um primo distante do diabo... Nisso eu já creio!!

Os sussurros... As quatro falavam no meu ouvido sem sair do lugar. Falavam dentro da minha mente, reeditando as palavras que eu deveria pensar ou dizer.

- Relaxe - disse Victor.

Logo a seguir as garotas começaram a se despir num balé perfeito. Mas ainda que eu quisesse muito participar da festinha, não daria pé. Estava paralisado no sofá. Virei um boneco daquela turma doida. Fiz força para me mexer. Não adiantava.

O calor já estava insuportável. Ecaterina olhava pra mim e o calor só aumentava. Sabe-se lá como, e eu já estava deitadão no sofá, apenas de cueca. Todos tinham o mesmo olhar diabólico tomado pela cor do asfalto. Yvana aproximou-se, mostrou-me o dedo indicador, sua unha cresceu uns nove centímetros e dobrou as laterais para cima, ficando como uma canaleta de boliche, ou uma calha de telhado. Estavam os quatro rostos quase grudados no meu, o calor me torrava o cérebro. Yvana usou essa unha nova para recolher o suor do meu corpo, e em seguida degustar como se fosse o néctar da vida... Seus dentes caninos cresceram. Ela sorria, inebriada, com os olhos momentaneamente fechados.

Victor, em sua cadeira, quis saber:

- Está gostoso, mãezinha?

- Está, paizinho... Tem gosto de indisciplina... Mau menino, menininho muito, muito mau. – E me deu bofetadas no rosto.

Nastenka veio provar também, seguida por Ecaterina e Nadesda, todas com as unhas especiais de beber suor. Enquanto provavam um pouquinho de mim, seus caninos cresciam; a pele das sacanas até melhorava, ganhando brilho, cor. Sugaram até a última gota de suor. O calor se foi.

- Isso, isso! - disse o velho - Agora vamos fazê-lo chorar. Bebam suas lágrimas imundas, minhas filhas, bebam!!

Na minha cabeça o passado e o futuro fizeram o presente desaparecer. Estava num labirinto de lembranças tristes, realçadas para serem ainda mais tristes, e nada poderia fazer meu cérebro parar de processar as imagens ruins. “OK, vou facilitar”, pensei. Deixei as lágrimas caírem e me ajudarem a desabafar tudo aquilo. Logo após Victor bater palmas, meu corpo foi levitando no ar, parando a um metro da mesinha de centro. As vampiras, agora, possuíam a ponta da língua bem fina e com uma espécie de microaspirador de pó, que utilizavam para beber minhas lágrimas, pelos cantos dos olhos.

- O que estão sentindo?! Digam-me, o que sentem nas lágrimas desse bastardo?! − perguntou o velho.

- São novas. São lágrimas novas – disse Yvana – Esse aqui já chorou demais. Coitadinho...

- Ah, que delícia!! Então, não faltarão cuspes no final, esse deve ser um rapaz com raiva do mundo inteiro!

- Foram as melhores lágrimas da minha vida, e olhe que eu já tenho 300 anos, Paizinho – disse Nadesda.

Um bando de vampiros, o “paizinho e as mãezinhas”, num apartamentozinho do Méier. Quem acreditaria em mim? Ninguém!

Após um tempo eu desci devagar e fiquei de pé, desbloqueado daquele poder paralisante. As quatro danadas começaram a me beijar e agradecer. Seus olhos voltaram ao normal. Permaneceu apenas o velho Victor com o mesmo olhar amaldiçoado, sentado na cadeira. Ofereceu-me a mesma cerveja que abriu quando chegamos.

- Está quente – retruquei, segurando a garrafa.

Ele apontou para a garrafa aberta em minhas mãos.

- Está gelada, obrigado... (dei um gole daqueles!)

- Não há de quê. Eu é que devo lhe agradecer por alimentar minhas filhas!

- Não foi nada, Victor. Estou pensando em ficar aqui hoje e ajudar um pouco mais.

As garotas gostaram de ouvir isso, se apertaram mais ainda em mim enquanto eu beijava suas testas. Não me desagradava em nada a ideia de ser o outro paizinho por ali.

- Está bem, você terá sua noite de Rei. É nosso amigo. Mas e eu? – indagou o velho.

- Opa! Eu falei que tinha minhas restrições, cara.

- Cuspa em mim, Matheus, você consegue fazer isso sem hipnose. É só cuspir nesse pobre velho!

- Ah, cara...

As doidas começaram os sussuros: Cuspa... Cuspa... Cuspa...

- Que doideira... Que inferno... Tá bom!

Dei outro gole dos grandes e parti de cusparada pra cima do velho. Ele foi tirando o casaco, a calça, a blusa.

− Mais!! Mais!! Cuspa-me, seu desgraçado!! - ele dizia; seus caninos começaram a crescer.

E eu cuspia, puxava de dentro da incompreensão os maiores escarros que conseguia. Cuspia em sua cara, e o desgraçado pedia mais. Estava em transe, estava louco. Depois se jogou no sofá como se tivesse atingido o seu ápice de prazer e satisfação. Bateu palmas e as coisas voltaram ao normal. Janelas abertas, cortinas idem, ventilador ligado...

Ficamos até a manhã seguinte enchendo a cara e falando vulgaridades. Tudo era ruim na sociedade atual, dizia Victor.

- Não posso deixar minhas filhas saírem muito. Sempre tem um engraçadinho querendo bancar o valente sedutor. Só a Ecaterina teve de matar sete no mês passado. Vou sair do Rio.

- Talvez seja melhor para vocês... - respondi.

Ainda tentei o ato heróico de dormir com as quatro beldades, mas meu carro quebrou logo, e só consegui algo com Ecaterina e Nastenka. Não vou narrar: estava nervoso e não fiz lá uma grande apresentação de macho.


Fui embora. Dois dias depois voltei ao local para matar a saudade das vampirinhas e do meu amigo Victor, mas o porteiro me impediu.

− Alto lá! Aonde pensa que vai? O apartamento 13 está vago há seis anos. – Ao dizer isso, me encarou sério. Não se lembrava de mim.

Voltei ao mesmo bar. Juquinha não quis me servir.

- O que é isso, Juquinha?! – estranhei.

- Nem pensar, noutro dia você desembestou de falar sozinho aí na mesa. Quebrou uma garrafa e assustou meus clientes. Pode vazar desta porra! De maluco aqui já basta eu!

Devo estar louco de verdade...
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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Brasil não é Bangladesh. Não tem desculpa




Debarati Guha-Sapir, consultora da ONU


'O Brasil não é Bangladesh e não tem nenhuma desculpa para permitir, no século 21, que pessoas morram em deslizamentos de terras causados por chuva.' O alerta foi feito pela consultora externa da ONU e diretora do Centro para a Pesquisa da Epidemiologia de Desastres, Debarati Guha-Sapir. Conhecida como uma das maiores especialistas no mundo em desastres naturais e estratégias para dar respostas a crises, Debarati falou ao Estado e lançou duras críticas ao Brasil. Para ela, só um fator mata depois da chuva: 'descaso político.'



Como a senhora avalia o drama vivido no Brasil?

Não sei se os brasileiros já fizeram a conta, mas o País já viveu 37 enchentes, em apenas dez anos. É um número enorme e mostra que os problemas das chuvas estão se tornando cada vez mais frequentes no País.


O que vemos com o alto número de mortos é um resultado direto de fenômenos naturais?

Não, de forma alguma. As chuvas são fenômenos naturais. Mas essas pessoas morreram, porque não têm peso político algum e não há vontade política para resolver seus dramas, que se repetem ano após ano.


Custa caro se preparar?

Não. O Brasil é um país que já sabe que tem esse problema de forma recorrente. Portanto, não há desculpa para não se preparar ou se dizer surpreendido pela chuva. Além disso, o Brasil é um país que tem dinheiro, pelo menos para o que quer.


E como se preparar então?

Enchentes ocorrem sempre nos mesmo lugares, portanto, não são surpresas. O problema é que, se nada é feito, elas aparentemente só ficam mais violentas. A segunda grande vantagem de um país que apenas enfrenta enchentes é que a tecnologia para lidar com isso e para preparar áreas é barata e está disponível. O Brasil praticamente só tem um problema natural e não consegue lidar com ele. Imagine se tivesse terremoto, vulcão, furacões...


Notícia Estadão


O Paquidermes Culturais é solidário às vítimas das enchentes da Região Serrana do Rio de Janeiro. Mas não é solidário às políticas corruptas e "populistas" que ferraram as cidades afetadas.

E o governo já está culpando São Pedro novamente!
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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Preciso de um emprego tanto quanto um cão precisa cheirar o rabo do outro nas ruas


Conto de Allan Pitz


Preciso de um emprego tanto quanto um cão
precisa cheirar o rabo do outro nas ruas



N°07 – Fábrica de papelão Jesus é poder

Chega uma velhinha simpática com broches de igreja no conjuntinho florido. Prancheta e caneta na mão. Olhar atencioso.

- Nome?

- Matheus Fritz.

- Idade?

- 28 anos. Bem, na verdade, completarei no dia 23 deste mês.

- Qual o seu último emprego?

- Trabalho como escritor, já publiquei alguns livros, a senhora conhece o...

(Ela corta o assunto):

- Nenhum outro trabalho, um trabalho mais regrado, algo concreto?

- Bem, eu não diria regrado, mas... Trabalhei como ator por nove anos. E como diretor de teat...

(Cortando com frieza industrial):

− Sim, senhor Fritz, mas então o senhor não tem qualificações em carteira, nem tem experiência em trabalhos de expediente, e no seu currículo não consta nenhuma passagem por faculdade.

- Olhe, minha senhora, com esse dinheiro eu vou poder estudar jornalismo e continuar escrevendo meus livros. Não haverá nenhum funcionário melhor nesta fábrica, eu lhe prometo!

- Não posso... Infelizmente não posso. É uma questão de juízo, de minha parte.

Podia sim, mas eu deveria sentir mais um pouco o peso de tentar ser “melhor” do que eles durante tanto tempo. É, Fritz, agora reze em comboio, seu corno sonhador, reze para que a sociedade lhe dê alguns dos seus feijões mágicos sagrados.

- Muito obrigado; também não posso culpá-la por isso, senhora. Obrigado pela atenção. Tenha um bom dia.

Enquanto eu já estava na porta para sair, a velha simpática da fábrica me chamou.

- Senhor Fritz!!

- Pois não – eu disse.

- O que diabos um escritor pode querer fazer em uma fábrica de caixas de papelão?

- Escrever, minha senhora. Tentar pagar a vida pra viver nela e escrever.

A velha ficou parada me olhando, como quem tenta desvendar um enigma antigo. Fui andando... O sol de janeiro do Rio de Janeiro... Tanta gente no mundo querendo um pouquinho desse sol. O problema desse sol é quando se está de calça jeans, sapatos e camisa de botão... Vira um inferno. E aqui não existe o vento do mar.

A maioria dos bairros aqui do subúrbio se parece muito. As cadeiras na frente das casas; as pessoas falando e falando; os vagabundos de botequim; os moleques soltando pipas, descalços. As casas são coladas umas nas outras, há muito asfalto e concreto, o calor é quase insuportável às vezes. Nem as árvores aguentam, vão ficando raras no caminho... A cabeça vai querendo parar, e você tentando trazê-la de volta. E ela volta na marra por obrigação. Entrei no meu ônibus.


N°118 – Tecidos Sammir

Estava lá o galã loiro das costureiras, fazendo pose numa cadeira esburacada de couro preto, atrás de uma mesa lascada nas pernas. “Senhor Djalmir Pereira – Gerente administrativo”, dizia a plaquinha padrão da firma.

- Senhor Fritz, o problema aqui é a sua experiência... O senhor nunca trabalhou como vendedor, nem como assistente de estoquista, nem nada; então, não temos nada plausível para o senhor. A não ser que a diretoria peça para eu contratar um artista... Nesse caso...

- Oh, cara, se eu fosse um artista dos bons não estaria aqui de penico na mão pedindo qualquer emprego.

- Pois é, mas infelizmente não temos vaga para o senhor; ao menos nada que seja bom para o senhor fazer.

- Ah, cara, uma porra que não. Tenta escrever um espetáculo qualquer de dois atos; um romance inteiro! Isso aqui eu faço com o pé nas costas! Tenta você fazer o que eu faço: isso aqui é moleza, é só pra pagar a luz e a impressora.

- Não há VAGA!

Fui embora. Sujeito babaca... Deve ser um grande funcionário, um desses que se erguem ao patrão mais rápido que um pau novato pra massagista vip. Todo orgulhoso de enriquecer alguém com o sangue doado de uma vida inteira de trabalho honesto. Sujeito exemplar. Minha mãe iria gostar se eu fosse assim... Não, não iria não... Sem as minhas aventuras filosóficas sonhadoras sua vida seria mais tediosa ainda.

Calor miserável. Pra que serve o Rio dos sonhos se eu não tenho a praia... Aqui é bom para viver o sonho de possuir suas paisagens, ter dinheiro e acesso a elas... Quando tenho dinheiro essa cidade me parece a melhor coisa do mundo. Talvez seja. Um cara quando não está muito bem com a vida haverá de colocar defeito nas coisas. Com dinheiro tudo é ótimo no Rio... Se você está com calor compra um ar- condicionado; vai para a praia, enche a cara na orla... Você sai da parte quente e vai para a temperada, a parte que todos se lembram quando ouvem o nome da cidade. A parte dos cartões.

Eu perguntava pra minha mãe na infância:

- Quando vamos à praia?

- Quando mamãe tiver dinheiro... - ela dizia.

Pobre mamãe... Íamos bem pouco à praia. Ela merecia aquela praia mais do que qualquer pessoa que eu conheci até hoje.

Prometi voltar com um emprego pra casa. Falei que iria conseguir ajudar com algumas contas (ou dar no pé pra não fazer mais contas); o trabalho de escrever ficaria para depois: às vezes um homem faz o que um homem deve fazer. E era isso que eu estava fazendo. Sendo um homem comum, em busca de sobrevivência digna.


N°17 – Jornal de bairro Aviso Geral

Um homem bastante robusto e suado me atendeu com bastante pressa. Secava-se constantemente com uma toalhinha azul. Os ventiladores, no teto e na mesa, não pareciam fazer a menor diferença para aplacar o suadouro do gigante.

- Eu vim pelo anúncio de emprego.

O homem esticou o braço peludo pedindo meu currículo.

- Aqui não diz que você é jornalista... Nem tem formação superior alguma.

- Mas eu escrevo muito bem, senhor. Não é à toa que consegui publicar cinco livros...

- Foi na base da autopublicação?

- Em três casos eu paguei, mas...

(Corta irritado):

− Perfeito. Você me paga quanto pra ter uma coluna mensal no jornal?

- Depende: aceita uma cueca suada no rabo?

- Vocês, escritores de agora, acham que escrevem apenas porque ficam em casa escrevendo... Sobre o que você escreve?

- Ora, cara, eu escrevo de tudo: poesias, romances, contos, peças de teatro. Deixo a criatividade rolar.

- Então, você não me serve. Você escreve solto; aqui seria diferente: as matérias são indicadas e bem amarradas.

- Melhor ainda: aqui eu escreveria com mais clareza de ideias. E aproveitando o aprendizado da prática.

- Garoto... Vá estudar, ou continue escrevendo seus livros em casa.

- Seu Jairo, isso é tudo o que eu quero. Mas eu sou ferrado, entende? Não tenho mais como trocar a tinta da impressora, comprar papel, pagar a internet, a passagem do ônibus, nem roupas direito eu tenho mais. Não é uma coisa que eu possa escolher. Cheguei ao meu limite.

- Quanto você tem nos bolsos?

- Bem... (catei as moedas no bolso direito) Quatro reais e trinta centavos.

- Te pago 80 reais por uma faxina completa no jornal.

- Tá me sacaneando...

- Por quê...? Um escritor não pode maltratar as mãozinhas?

- Não é isso, cara, até boxe já lutei, só que... Poxa, mas... Uma ova, cara! Tudo bem, me passe logo o material, vou deixar essa porra toda brilhando! É isso aí.

- Beleza.

O gordo trouxe o avental e o carrinho de limpeza com as coisas, a faxineira dele estava de licença e desde então aquele lugar tornou-se um verdadeiro lixo. Comecei lá embaixo, no primeiro andar, e foi o dia mais longo de toda a minha vida até chegar ao segundo e último andar... Isso deve ter durado umas cinco horas ao todo, mas parecia uma vida inteira. Lembrei-me dos comentários dos leitores, das bienais que ainda não fui; do baú de rabiscos que guardo comigo... Lembrei-me das plateias sorrindo até das piores piadas; dos presentes; lembrei do cafezinho com Paulo Autran em frente ao teatro do Leblon... Que cara legal era aquele...

“Tem fogo”, ele disse.

“Tenho, Paulo! E por você eu traria fogo até do inferno!”

O velho riu, fumamos cigarros juntos... Tempos depois ele se foi deste planeta esquisito. O melhor ator que eu já vi me tratou como um cara igual a ele. “Grande Paulo Autran. Lembrei-me de você na faxina...”

- Senhor Jairo. O prédio já está uma beleza. Se eu não conseguir vender meus livros sei que dou conta de faxinar. É uma merda. Mas dou conta.

- Viu, escritor, trabalho não dói em ninguém.

- É verdade. Mas escrever dói. Principalmente se for um cretino qualquer tentando escrever algo bom. O senhor escreve?

O nojento não respondeu, jogou as notas suadas sobre a mesa, ronronou algo e depois atendeu ao telefone. Saí dali e fui direto procurar um mercado. Comprei dois vinhos baratos e duzentos gramas de mussarela. Um pacote de papel ofício fechado, dois maços de cigarro. O resto do dinheiro eu dei para inteirar na conta do telefone.

- Calma, meu filho, Deus é grande.

- Esse é o problema, velha... Se ele fosse menorzinho me achava mais depressa.


Amanhã tenho cinco anúncios pra tentar. Estou escrevendo um livro também. Vamos ver se eu consigo mudar as coisas.



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domingo, 9 de janeiro de 2011

O Escritor X Ele próprio


Texto de Allan Pitz


Deve haver no mundo inteiro, agora mesmo, um imenso número de pessoas que dedicam seu tempo à escrita de livros. Sejam eles quais forem, são todos livros: ideias. Papel. Mensagens.

Deve haver nesse mesmo mundo, agora, entremeado da linha do tempo x espaço, milhões de ofertas melhores do que sentar a bunda numa cadeira e escrever. Pergunte ao Google, o titio Google pode lhe dar 88 bilhões de motivações “melhores” do que escrever no subúrbio de um país tropical, refém de um calor insuportável, refém da própria fantasia, ficção que brota sei lá de onde pra satisfazer (ou não) alguém que lerá um dia... Mas o cara escreve. Sabe que só serve pra isso. Ele escreve.

A bela mulher no seu palácio refrigerado, com todos os rapazes gloriosos e prazeres aos seus pés - pasmem – também prefere escrever. O forte, o feio, o bonito, o fraco, o intelectual, o teatral, os doidões, os caretas, todos eles também escrevem. Existem escritores de muitas tribos, e a motivação de cada um é um cofre que só o próprio autor conhece por inteiro. A motivação de cada um para sentar a bunda numa cadeira e escrever suas amplitudes mentais até a morte é digna de um estudo freudiano incessante! Mas uma coisa é universal: o escritor é, acima e antes de tudo, um grande egoísta nato. E o “mundo é tão mundo”, que ele precisa, por vezes, recriar o seu universo paralelo. Assim, quem sabe, não acaba ajudando o mundo onde vive por obrigação (senão, rabiscava outro mundo melhor).

Eu poderia prosseguir, comparando o escritor de hoje aos homens que sonhavam voar como os pássaros, antes do avião ser inventado. Nutriam aquele egoísmo natural por uma coisa que lhes satisfaziam a imaginação. Mas não havia maldade naquele egoísmo − jamais houve −, porque, invariavelmente, habita em todos os seres humanos esse impulso particular tão nosso, que nos impelirá a algum lugar. E assim voamos. E assim escrevemos. E assim sonhamos. E assim partimos daqui.

O escritor vive uma luta contra si próprio, contra as ofertas que se apresentam a ele, os problemas, as abduções da sociedade padrão, os seus próprios sentimentos, as aflições. Deve ler, estudar, interagir, saber se expressar, demonstrar conteúdo, tentar fazer alianças, ser paciente, não revidar ofensas, expandir suas mensagens (Ultra man!). E ainda tentar entender os outros escritores, ter ponderação com as palavras, evitar confrontos, principalmente com aqueles autores que possuem uma rede extensa de bons amigos virtuais.

O escritor briga consigo mesmo e a situação real dos livros; então, devemos esperar para ver quem ficará de pé ao final: o escritor ou ele próprio. Não podemos avaliar a palavra escritor por nenhum padrão definido, a não ser o de “pessoa comum que escreve”. Podem ser muitos, ou aparentarem milhões de coisas diferentes. Mas são apenas pessoas que escrevem. E, no íntimo, lutam contra si próprios para continuar escrevendo e sonhando. Oferecendo ao mundo (que já tem tanto e tão pouco) seus humildes pedaços escritos, jogados na linha do tempo.
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sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Poe 200 Anos - Contos inspirados em Edgar Allan Poe



Sinopse

'Poe 200 Anos - Contos Inspirados em Edgar Allan Poe' reúne 22 autores que comemoram o segundo centenário de nascimento do escritor Edgar Allan Poe. Os contos dessa coletânea são inspirados nos contos e poemas como Berenice, O Corvo, O Gato Preto, A Queda da Casa de Usher, O Coração Delator e outros. Suspense, mistério e terror é o que o leitor encontrará nesta obra organizada pelos escritores Maurício Montenegro e Ademir Pascale.



Palavra de Allan Pitz:

Já faz algum tempo que venho reparando nas coletâneas organizadas por Ademir Pascale. Acho bem interessante, principalmente no caso do Poe 200 Anos. A capa, a diagramação, os autores escolhidos, o tema abordado... Muito bom.

Dificilmente todos os contos de uma coletânea agradarão ao leitor, é normal. Mas o objetivo de cada história deste livro, que é homenagear o grande Edgar Allan Poe, foi alcançado por todos os autores participantes. Destaco os seguintes contos: Louco Eu? (Ademir Pascale) O Gato Branco (Alex Lopes), A Condessa de Nulle’part (Thiago Félix), e O Senhor do Inferno (Georgette Silen).

Parabéns aos organizadores Maurício Montenegro e Ademir Pascale, homenagear Allan Poe foi uma excelente ideia!



Link para comprar o livro: Livraria Cultura



Saiba mais sobre Edgar Allan Poe:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Edgar_Allan_Poe
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terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Top 5 - Livros lidos em 2010


Fiz uma breve lista com os cinco livros que mais me surpreenderam, e marcaram de alguma forma em 2010. Livros que, com muita desenvoltura, me fizeram embarcar de cabeça na história (teoria) proposta.

Vamos a eles:


1 - O Capitão saiu para o almoço e os marinheiros tomaram conta do navio - Charles Bukowski


O grande adeus do velho safado. Um Bukowski maduro, realizado profissionalmente, centrado, e mais observador social do que nunca nos revela as últimas luzes de seu espetáculo triunfal. Bukowski observa o futuro dos EUA, dos livros, dos jovens; faz um curso para mexer no novíssimo computador Macintosh, cuida dos gatos, ama sua esposa Linda, foge dos fãs mais chatos, diminui a bebida. Um velhinho bem “porreta”, com uma bela escrita apurada e muita sede de ainda escrever um pouquinho mais.
Livro altamente recomendado.



2 – Sidarta - Hermann Hesse


“Uma novela sobre a espiritualidade budista, mas com traços de poesia hindu, e pitadas de um bom romance universal”, esta seria minha melhor definição para Sidarta, de Hermann Hesse, um livro que marca por suas questões pertinentes à humanidade, e sua clara observação da vida material e espiritual. Talvez, seja exatamente esse o motivo de a obra de Hesse quebrar a questão do tempo, mantendo-se como um livro contemporâneo até hoje.
Uma incrível saga de entendimento e elevação espiritual que conquista gerações e mais gerações de leitores!

- Para onde vamos, ó, Sidarta?
- Vamos ver a luz, ó, Govinda!




3 – Apátrida - Ana Paula Bergamasco



O livro de estréia de Bergamasco não poderia ser melhor; guerra, caminhos desfeitos, perdas, romances, amor, traição, ódio, renascimento, liberdade... Um labirinto de sentidos e imagens maravilhoso, onde em cada capítulo o leitor é jogado em um novo cenário na vida da jovem Irena. Uma doce e simples polonesa, que vê sua vida mudar totalmente durante a trágica Segunda Guerra Mundial. Um livro sensacional; marquem na memória o nome da autora, para não perderem suas obras futuras.
Foi realmente uma ótima surpresa em 2010. A confirmação e o sucesso deste livro virão em 2011, podem apostar em Apátrida.




4 – Uma Carta por Benjamin - Jana Lauxen



“Um livro raro, que mostra primeiramente o ser humano como artista principal de qualquer movimento seu”.
Nem herói, nem vilão, nem estrela... Apenas um pacato cidadão de ‘classe média’, que vê sua vida virar de ponta cabeça após receber umas cartas misteriosas e bem reveladoras. Assim é o nosso querido Benjamin, o protagonista relaxado que também intitula o romance da escritora Jana Lauxen. Uma carta por Benjamin, é a prova de que boas histórias podem brotar em qualquer lugar ambiente, e que um livro, ainda hoje, consegue ser solto, 100% original, próximo do leitor e muito criativo.




5 – O Óbvio que Ignoramos - Jacob Pétry



Qual seu talento mais óbvio? Onde você pode estar ignorando e evitando o seu próprio sucesso? O livro do filósofo brasileiro radicado nos EUA, Jacob Pétry, é um manual para qualquer pessoa evoluir na vida, e administrar melhor seus dons e conhecimentos relevantes.
Através de histórias reais e envolventes - ao invés de exemplos cansativos -, Pétry nos leva a questionar o caminho do sucesso, da realização profissional, e tudo que nós devemos somar em sociedade para a tão sonhada realização pessoal. Quem sabe você não está ignorando o seu talento mais óbvio? Esse livro me ajudou muito a refletir. Recomendo para todos.
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domingo, 2 de janeiro de 2011

A leitura – Por Nanie Dias



O Convidado Paquidérmico para iniciar 2011 com o pé direito é a querida amiga Nanie Dias, do blog Nanie’s World. E o conteúdo do debate não poderia ser melhor: a importância da leitura e os caminhos para os leitores iniciantes. Confiram!


Você lê? Quanto você lê? Isso é muito, pouco, suficiente? É difícil mensurar o quanto é o suficiente quando o assunto é leitura... Mas ‘nenhum livro’ certamente é muito menos que o aceitável. Como amante dos livros e especialista em nada (ops...) eu costumo dizer para amigos que considero 10 livros por ano uma média excelente! Dá para ler quase um livro por mês, sem fazer disso uma obrigação e, portanto, uma chatice. É claro que você pode gostar de ler ainda mais e aumentar um pouco essa média, e se você lê menos do que isso, também não precisa se desesperar. Tudo tem que começar de algum lugar. E se você não tem o hábito da leitura, comece com um livro - não importa o tempo que leve para lê-lo - um dia, um mês, um ano.

Antes de começar a sua primeira leitura (ou talvez a primeira por seu interesse e não por pressão dos pais, escola, professores) pense bastante em qual livro escolher. Por quê? Porque se você não está acostumado a ler e começar com Iracema, do aclamado escritor brasileiro José de Alencar, pode ser que você desista da leitura. Esse é um livro muito interessante, porém com um estilo muito rebuscado, que pode tornar o seu entendimento difícil para um leitor de primeira viagem (mas depois de ler um bocado, não deixe de ler esse livro - ele é muito bom e mostra o Brasil indianista de forma espetacular!). Que tal, para começar, escolher um livro atual? Assim, a possibilidade de encontrar uma linguagem mais parecida com a do cotidiano é maior e, assim, a chance de gostar da leitura também aumenta!

Mas você vai começar lendo um livro de aventura?Tem certeza? Se você é fã de aventura, vá em frente. Mas se não é, novamente, pense duas vezes. Do que você mais gosta? Ficção, Biografia, Aventura, Fantasia, Drama, Ação, Comédia, Futurismo... Tem livros que abrangem todos esses assuntos e ainda outros mais. Então, não comece por um livro que não te apetece... escolha livros que tenham a ver com você!
Felizmente temos, em português, opções maravilhosas de leitura - não apenas de livros traduzidos, mas também de autores nacionais.

E assim, começando com o livro certo e continuando no caminho de suas preferências, você se tornará um leitor voraz. Como eu tenho certeza disso? Porque não há nada como viajar nas páginas de um livro... assistir um filme é muito gostoso, mas a nossa imaginação, nossa criatividade, fica tolhida pela do próprio diretor, atores, e tudo o mais... Que já nos mostram tudo pronto. Quando lemos um livro o autor nos dá pistas, algumas características, mas não fala tudo e temos que trabalhar bastante para imaginar todos os personagens, todos os cenários, todas as situações - é maravilhoso! E se você entrar nesse mundo, se embarcar nessa viagem, eu tenho certeza que não irá querer sair mais... Não precisa chegar a uma média de 50 livros por ano... isso são para os “loucos”, porém, a média de 10 livros por ano você alcançará facilmente.

E por que você iria querer ler mais? Quais são os benefícios da leitura?
Agora sim entramos em um campo muito aberto e muito discutido. Primeiramente é importante, em minha opinião, encarar a leitura como um hobby, um momento de descontração e não como uma obrigação. Tudo que é feito com obrigação é ruim e a leitura não deve ser vista dessa maneira. Se você gostar de ler, além de passar momentos maravilhosos, ainda poderá se beneficiar das vantagens que a leitura traz, entre elas, uma maior percepção do mundo que o rodeia, uma melhoria das habilidades de leitura, interpretação e escrita, além do aumento do seu vocabulário e dinamização do raciocínio (Fonte Eliane Percilia)!

Impressionado? Pois é, o poder da leitura é realmente gigantesco. Não é à toa, portanto, que se dá tanta importância a esse hábito. No último levantamento realizado pelo Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA) da OCDE, o Brasil ficou apenas em 51º lugar entre os 65 países participantes. Isso mostra como essa atividade ainda não é comum no nosso país (Fonte Daniela Fernandes).

Por outro lado, entretanto, também é importante destacar que o Brasil avançou muito nessa área. Apenas nos últimos 10 anos, o índice de leitura aumentou 150%, passando de 1,8 para 4,7 livros por ano (Fonte Agência Brasil).

E você? Como está nesse índice? Que tal, então, pegar algumas dessas dicas e tentar se tornar um leitor? Garanto que se escolher com cuidado o livro que irá ler e respeitar as suas limitações enquanto leitor principiante, a leitura será uma delícia! Ah... você já é um leitor ávido? Perfeito! Não deixe então de ler nesse ano que se inicia!

E como encontrar esses livros para serem lidos?
Bom... o primeiro passo é descobrir qual livro você quer ler. Aceita uma dica? Blogs Literários. Existem vários blogs literários na internet que falam sobre os livros já lançados através de resenhas - que dão uma opinião crítica sobre a obra em questão - e podem te ajudar a escolher o que mais combina com você! Alguns bons blogs literários que eu sempre visito em busca de dicas são:
Redoma de Cristal, Acordei com Vontade de Ler, Livromaníaca, Viaje na Leitura, Eu leio, eu conto,
Lá Sorcière , Leituras e Devaneios, Lendo nas Entrelinhas, Supreme Romance, Viagem Literária, Garota It e não vou deixar de mencionar o meu blog literário, o Nanie's World. Mas esses não são os únicos, têm vários blogs literários e quando você começar a conhecer melhor esse mundo, irá encontrar os blogs com os quais você mais se identifica!

OK, visitei os blogs e escolhi o que quero ler: O livro X, do autor Y. Agora como faço para ter acesso a esse livro?
Bom, uma das formas de acesso é comprando o livro. Você pode fazer isso através de lojas virtuais, tais como Submarino, Saraiva, Cultura, Walmart, Americanas, FNAC, entre tantas outras. Ou pode comprar o livro em uma livraria da sua cidade mesmo (e nada melhor do que ir a uma livraria e sentir os livros em suas mãos). Opa... o preço está meio salgado para o seu bolso? Então que tal procurar um sebo? Sebo são livrarias que comercializam livros usados! E tem livros de todos os preços, para todos os bolsos: Estante Virtual.

Então, ainda não dá, certo? Realmente... livros podem custar caro... e mesmo que não custem caro, ainda é mais importante ter o arroz e feijão de todo dia na mesa, né?! Mas não se desespere, existe uma opção para você: as bibliotecas públicas! Procure na sua cidade uma boa biblioteca pública onde você possa pegar livros emprestados! Assim, você lê um livro sem precisar pagar nada por ele! E pode embarcar nesse mundo maravilhoso de histórias e palavras!
Existem livros de 100 reais, mas também existem os de cinco (até menos) e existem os de bibliotecas públicas (que podem ser lidos gratuitamente)! Basta fazer uma pequena pesquisa: quanto você pode gastar, onde você irá gastar e onde irá encontrar o livro que deseja e pronto! Você já pode começar a se deliciar com o mundo da leitura!

Bem vindo, e faça uma boa viagem nas páginas do livro escolhido!



Nanie

http://twitter.com/#!/naniedias
Nanie's World http://naniedias.blogspot.com
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Este blog surgiu após inúmeras recomendações, broncas, cascudos e beliscões de conhecidos. Aqui está, enfim, um espaço próprio para o escritor Allan Pitz publicar suas "Patavinices", seus textos, seus livros, e tudo o mais que o tempo for lhe guiando e desenvolvendo.

Obrigado pelo incentivo de todos.