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ENTREVISTA:Ademir Pascale: Para iniciarmos a entrevista, gostaria de saber quais foram as suas principais influências e como foi o início de Allan Pitz para o meio literário.
Allan Pitz: Bom, a princípio a influência foi o teatro, as leituras sucessivas de textos, as primeiras cenas escritas para o palco... Depois comecei a ler alguns livros de Trevisan, Drummond, Nelson Rodrigues... Esses autores mais orgânicos influenciavam e desmistificavam o ato de escrever para o Mundo. Quando percebi a quantidade de contos escritos no final de 2007, comecei a enviar para a CBJE (Câmara Brasileira de Jovens Escritores) no começo de 2008, e todos eram selecionados para as coletâneas (onze seguidos). Comecei a procurar alguns prêmios internacionais, como o da Editora AG, e cravei uma sétima e uma oitava colocações na categoria conto. Desde então os escritos não pararam mais.
Ademir Pascale: Allan Pitz é o seu nome verdadeiro ou é um pseudônimo?
Allan Pitz: Verdadeiro. Nome e sobrenome. No teatro usava Allan ‘Travatti’, sobrenome artístico.
Ademir Pascale: Como surgiu a ideia criativa de escrever a sua recente obra A Morte do Cozinheiro e como os interessados deverão proceder para adquiri-la?
Allan Pitz: Certa vez durante uma crise de dor de cotovelo, me peguei pensando grandes absurdos, e toquei por segundos ‘pecaminosos’ a mão escura da passionalidade, senti um gosto amargo, processei pensamentos canalhas numa velocidade absurda, inédita. Então é isso, - pensei - esta é a mesma sintonia tosca que nos leva a fazer coisas terríveis, há uma curva, um portal, um eixo cerebral que liberta um selvagem intruso, egoísta. Um pensador conseguirá conte-lo aos pensamentos ocultos, mas geralmente vemos o triste quadro homicida nas páginas policiais.
A idéia surgiu para mostrar internamente toda a confusão de um pré-assassino, os ridículos do ciúme doente, o inusitado, valendo-se de um recorte quase poético, lírico, onde qualquer um que se deixe levar por tais pensamentos pode se transformar num assassino. A proximidade da história com o leitor é inevitável, alguns observam o protagonista (e isso me assusta) como uma espécie de “herói social incompreendido”.
O livro pode ser adquirido pela Tarja livraria (www.tarjalivros.com.br).
E em formato e - book na loja da editora (www.above.lojapronta.net).
Fisicamente nas lojas:
Leonardo da Vinci (RJ)
Livraria Solário (RJ)
Bistrô CD (RJ)
Café Doce Arte (Torres/ RS)
Ademir Pascale: Além desta obra, seja contos ou romances, você já escreveu outras?
Allan Pitz: Publicados são mais três: Duas Doses e um Bungee Jump (poemas / lançado e vendido em Portugal), A Fuga das Amebas Selvagens (contos, piadas, crônicas e esquetes), e Visões comuns de um porco esquartejado (poemas). Em fase de procura para publicar são três (um deles romance), engavetados outros cinco.
Ademir Pascale: Segundo informações no seu blog pessoal Paquidermes Culturais (paquidermesculturais.blogspot.com), você foi forçado a entrar na blogsfera? Conte pra gente como foi.
Allan Pitz: Preguiça e medo digital, nada mais... Eu sou meio workaholic, ansioso, e achei que a internet seria um freio no ritmo dos estudos literários. Hoje sou blogueiro incentivador, vejo como ferramenta necessária; descobri uma nova geração cultural na internet para qual tenho orgulho de escrever, o Brasil está crescendo realmente!
Ademir Pascale: Qual a sua opinião referente a onda vampírica em nossa literatura? Você acha que ela é apenas um momento incentivado por longas como os da série Crepúsculo e True Blood ou tem um futuro promissor que se estenderá por vários anos?
Allan Pitz: Acho que a onda vampírica, na verdade, é um oceano infinito que volta e meia forma uma nova tsunami. Quando eu era molecão assistia à novela Vamp, ficava louco com os poderes dos vampiros, o lance da sedução, da noite, aquilo fez muito efeito em mim na época. Esse fascínio sempre existirá com os vampiros; só que transformado em projetão Hollywoodiano reascende com mais força em diversas frontes. É um enredo inesgotável.
Ademir Pascale: No seu ponto de vista, como está o mercado literário para os jovens escritores do gênero horror, ficção científica e fantasia? Está sendo mais fácil publicar devido a onda vampiresca e dos filmes hollywoodianos ou as portas continuam fechadas? Considerando ou não esta última opção, quais seriam as suas dicas para um autor adentrar-se no meio literário e publicar a sua obra?
Allan Pitz: Está melhor sim, mas continua cruel para aqueles que escrevem sem consultar a guia de gêneros, querem liberdade criacional total. Sinto uma influência de marketing muito presente: Gênero, estilo. E se na minha história tiver partes policiais, partes de suspense, de fantasia, de horror, for um grande mistério, e possua diálogos que, de alguma forma, sejam de auto-ajuda, qual gênero seria?! Isso me confunde... Não sei qual é o meu gênero, não sei, minha cabeça é um playground high-tech no Bahrein, e o sheik quer gastar!
A dica mais sincera para quem está começando na literatura e quer viver disso, sem hipocrisia alguma, é seguir um estilo que agrade as editoras, escolher enredos que se enquadrem à demanda de mercado, e firmar uma personalidade que também os agrade. Particularmente eu não fiz nada disso. Sigo na luta.
Ademir Pascale: Você acha que existem grupos e “bandeiras” entre os escritores de um mesmo gênero que não se misturam por defender ideias diferentes ou existe uma união? Qual a sua opinião sobre este assunto?
Allan Pitz: Sou Brasil futebol clube. Acho que os escritores nacionais (independente do gênero) devem buscar união (até o marginal faz quadrilha!). O problema do artista geralmente está no ego, superando isso formamos um grupo mundialmente forte. Nosso país é um continente, não podemos esquecer isso nunca.
Ademir Pascale: Existem novos projetos em pauta?
Allan Pitz: Sim. Atualmente estou tentando publicar Estação Jugular – Uma estrada para Van Gogh (história reveladora!), e Confetes no Funeral (Contos premiados e inéditos 2008/2009). Espero conseguir publicação em breve, aposto muito neles. E mais para frente quero fazer uma segunda edição revisitada de A Morte do Cozinheiro, com ilustrações e resenhas de psicólogos.
Perguntas rápidas:
Um livro: Contos de Aprendiz – Carlos Drummond de Andrade.
Um(a) autor(a): Carlos Drummond e Dalton Trevisan.
Um ator ou atriz: Kevin Spacey
Um filme: Cães de Aluguel
Um dia especial: O Natal
Um desejo: Viver de letras
Ademir Pascale: Deseja encerrar a entrevista com mais algum comentário?
Allan Pitz: Quero somente agradecer. Aos leitores, aos amigos, a você, Ademir, pelo convite generoso, e a todos que ajudam os valentes autores nacionais em seus blogs e sites, muito obrigado.
Que a força do bem esteja sempre com vocês.
Venceremos!
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